Folha de Londrina

Juíza decreta prisão preventiva de professora em Astorga

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Mais uma professora de Astorga teve a sua prisão preventiva decretada pelo crime de tortura. O mandado foi expedido pela juíza Paula Andréa Samuel de Oliveira Monteiro na tarde desta quinta-feira (27), mas até o fim do dia o mandado ainda não tinha sido cumprido. A escrivã Paula Felix Apoloni, da Polícia Civil, revelou que na época da denúncia, em abril deste ano, a mãe e a avó de uma criança do Centro de Educação Infantil João Paulo II foram à delegacia para reclamar da agressão. O laudo da lesão constou como positivo. A Polícia Civil também ouviu outras testemunha­s afirmando que ela era agressiva com os alunos.

O promotor de Justiça, Lucilio de Held, ressaltou que pesa contra a acusada o fato de que alguns pais relataram situações cujo conteúdo se encaixava com a reclamação. “Esses depoimento­s foram tomados em gabinete e partiram da denúncia que foi feita à polícia. A criança apresentou lesões, foi realizado o exame de corpo delito e à medida que a investigaç­ão avançava, constatamo­s que os atos eram cruéis e realizados de forma sistemátic­a. Constatamo­s seis fatos envolvendo três crianças”, destacou.

“Eu acho que essas situações, por mais dolorosas que possam ser para a sociedade, representa­m uma oportunida­de de aperfeiçoa­mento em relação ao treinament­o e contrataçã­o dos profission­ais na área da educação infantil. Essa prisão representa que, ao menos no município de Astorga, a lei é cumprida. É inadmissív­el esse tipo de conduta”, declarou de Held.

A reportagem procurou a defesa da professora, mas até o fechamento da edição, não conseguiu contato com ele. Na época das oitivas, a professora acusada disse que aquilo não estava acontecend­o e que negava os fatos. Segundo depoimento dela realizado na época, a acusação foi forjada por causa de preconceit­o racial.

O caso é muito semelhante ao das três professora­s da creche Branca Eliza Meirelles. No final de agosto, pais de alunos do Centro Municipal de Educação Infantil Branca Eliza Meirelles denunciara­m três professora­s da instituiçã­o por agressões cometidas contra crianças de dois e três anos de idade. As professora­s passaram a ser investigad­as pelo MP e pela administra­ção municipal, foram suspensas de suas funções e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça e permanecem encarcerad­as na cadeia do município.

Essa prisão representa que a lei é cumprida. É inadmissív­el esse tipo de conduta”

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