Como a população brasileira envelhece
Acrise econômica atinge de maneira extremamente dura e cruel a população idosa brasileira. Foi o que mostrou um estudo sobre o perfil dessa parcela da sociedade, divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Ministério da Saúde, Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), parceiras na elaboração da pesquisa. Os dados levantados pelas três instituições apontam que três a cada quatro idosos dependem do SUS (Sistema Único de Saúde). E mais de dois terços dos entrevistados têm pelo menos uma doença crônica. A principal doença apontada é a hipertensão, seguida por problemas na coluna, artrite, depressão e diabete. Apenas 30% responderam que não possuem doenças crônicas.
O estudo vem corroborar o que muitos já sabiam: o envelhecimento da população brasileira é extremamente desigual. A coordenadora da pesquisa, Maria Fernanda Lima-Costa, da Fiocruz, lembrou que enquanto as pessoas de alta renda e escolaridade têm um envelhecimento de primeiro mundo, os mais pobres envelhecem com muitas dificuldades. Como diminuir essa desigualdade é o grande desafio, pois todos sabem das dificuldades de quem depende do SUS.
Entre os idosos pesquisados, 85% vivem em área urbana. E muitos tem preocupação com mobilidade e segurança. Quarenta e três por cento dos entrevistados têm medo de cair devido a defeitos nas calçadas e 36% têm medo de atravessar a rua. Em relação à segurança, um terço dos entrevistados definiram a vizinhança em que vivem como “muito insegura” e só 4% consideraram “muito segura”.
Melhorar as condições de vida da população idosa também depende muito do investimento na saúde da população em geral. Esse cuidado ajudará no futuro e também aumentará a longevidade no trabalho. Atividade física e alimentação saudável são fundamentais, mas é preciso que o poder público faça a parte dele, investindo em políticas que possibilitem aos brasileiros envelhecer com dignidade.