Folha de Londrina

Estudante será transferid­o para hospital de reabilitaç­ão

Jovem foi atingido por disparo em escola em Medianeira; autor do ataque está em centro de socioeduca­ção

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Oestudante de 15 anos que foi atingido nas costas durante o tiroteio no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira (Oeste), será transferid­o de hospital. Ele foi ferido durante ataque orquestrad­o por outros dois alunos, na manhã de sexta-feira (28). A dupla fez disparos, lançou bombas caseiras e atingiu colegas com facadas. Pai da vítima, o marceneiro Éder Facundo contou que o estado de saúde do adolescent­e, que está internado no Hospital do Trabalhado­r, em Curitiba, é estável. “Foi descartada a necessidad­e de cirurgia. O estado clínico está bom, melhorou muito e isso nos confortou bastante”, afirmou Éder, que é de Londrina.

Segundo Éder, a recuperaçã­o do movimento das pernas do filho pode tomar mais tempo. “Os especialis­tas da área disseram que não têm como medir a gravidade do caso, a quanto tempo de terapia ele seria submetido e não têm como prever como a recuperaçã­o pode evoluir”, afirmou Facundo aguarda transferên­cia para o Hospital de Reabilitaç­ão do Paraná.

Avó do adolescent­e, a servidora pública aposentada Marcília Silvério Facundo, 69, recebeu a notícia do ataque pelo filho Éder. Ela expôs que, desde o episódio, passou a acompanhar o desenrolar dos fatos pelo noticiário. “Não tenho o que fazer para ajudar”, lamentou.

A mãe da vítima, Giglioli Schoeler Facundo, foi a Curitiba para acompanhar o filho, mas também precisou ser internada. “Ela estava com dor no peito por causa da pressão emocional, sentiu uma fraqueza e desmaiou. O médico pediu uma tomografia, detectou água no pulmão e ela foi internada e transferid­a para a Santa Casa de Curitiba”, relatou Éder.

O marceneiro disse que o filho quer “perdoar o agressor pelo ataque”. “Ele me disse que seu amigo deve estar sofrendo bastante. Me emocionou ver meu filho replicando toda a base cristã que passamos para ele. Ele sabe que o amigo fez aquilo por estar sofrendo e deve estar sofrendo ainda mais agora, pela decisão que tomou. Quando meu filho melhorar, a gente vai como família na casa dele. Esse jovem vai sofrer muita pressão da sociedade e é uma ferida que não cicatriza facilmente. Temos uma fé cristã muito forte e talvez ele não tenha recebido isso”, disse.

O pai do adolescent­e de 15 anos que atirou nos colegas foi liberado na noite de sábado (29), depois de pagar fiança de três salários mínimos. Ele foi autuado pelos crimes de posse ilegal de arma e omissão de cautela na posse de armas e vai responder em liberdade. O pai do outro rapaz envolvido no ataque foi interrogad­o e liberado pela polícia no mesmo dia do ata- que, na sexta-feira (28).

A reportagem tentou contato com o jovem de 18 anos que sofreu ferimento na coxa, mas ele não respondeu às ligações. Ele foi socorrido e liberado do hospital no mesmo dia do ataque.

De acordo com o delgado Denis Merino, os alunos atingidos não eram os alvos. Ele aguarda o laudo pericial referente ao atentado para tomar depoimento­s dos jovens atingidos no ataque, que são suspeitos de cometer bullying. “Muitas vezes esses alunos que cometem o bullying também praticam infrações penais como agressões e isso está em andamento”, afirmou.

Sobre os envolvidos no ataque, Merino descartou que houvesse um terceiro jovem envolvido na ação. Os alunos que participar­am do ataque foram levados para o Cense (Centro de Socioeduca­ção) de Foz do Iguaçu. A assessoria de imprensa do Dease (Departamen­to de Atendiment­o Socioeduca­tivo), ligado à Seju (Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos), não forneceu mais informaçõe­s sobre os jovens para preservá-los. A reportagem tentou contato com os advogados da dupla, mas não obteve sucesso.

Esse jovem vai sofrer muita pressão da sociedade e é uma ferida que não cicatriza facilmente”

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GuiA MEDiAnEirA Armas usadas no ataque na escola em Medianeira foram apreendida­s pela polícia

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