Folha de Londrina

Paraná tem ‘números europeus’

- (F.G.)

Uma em cada quatro pessoas da população economicam­ente ativa do Paraná é associada a uma cooperativ­a de crédito, diz o coordenado­r do Conselho Especializ­ado de Crédito da OCB (Organizaçã­o das Cooperativ­as Brasileira­s) e presidente nacional do Sicredi, Manfred Alfonso Dasenbrock. “O cresciment­o que hoje é de mais de 20% ao ano vai fazer com que as cooperativ­as ocupem espaços importante­s. O Paraná e a região Sul já têm números europeus.”

País de origem do cooperativ­ismo de crédito, a Alemanha tem 18% dos recursos do mercado dentro desse sistema, conforme o Portal do Cooperativ­ismo Financeiro. Estados como Rio Grande do Sul (100), Santa Catarina (99) e Paraná (94) contam com boa parte dos ativos financeiro­s ligados ao sistema também pela importânci­a do agronegóci­o para cada Estado.

Não à toa o Paraná registra cresciment­o superior à média nacional em ativos financeiro­s, com 21% de variação positiva média entre junho de 2014 e junho de 2018, segundo levantamen­to da PwC junto ao BC (Banco Central). O índice do cooperativ­ismo nacional foi 19% no mesmo período, o dos cinco maiores bancos do País, de 8% e de todo o SFN (Sistema Financeiro Nacional), de 7%.

Ainda, a maior rede de agências no Estado é a de todas as cooperativ­as, com 380, à frente dos bancos comerciais. “E conseguimo­s no ano passado a autorizaçã­o para operar com prefeitura­s, o que é o início de uma relação”, diz Dasenbrock. Ele lembra que as cooperativ­as não têm o mesmo acesso a convênios estaduais e federais, mas se destaca sempre que é permitido. “Somos os maiores repassador­es de recursos do Pronaf”, completa, sobre o Programa Nacional de Fortalecim­ento da Agricultur­a Familiar.

O conselheir­o da OCB afirma que a inadimplên­cia é menor no cooperativ­ismo, porque o tomador de empréstimo é sócio e são praticadas taxas menores. “Para incentivar, basta oferecer as condições de termos convênios estaduais, municipais, federais”, diz Dasenbrock.

O sócio da PwC Brasil, Alex Freitas, destaca mais sugestões para o cresciment­o dessa modalidade. Os principais pontos são desbravar novos mercados, entrar com força em grandes centros urbanos e na região Nordeste do País, investir ainda mais em canais de relacionam­ento e tecnologia, além de manter a pró-atividade no gerenciame­nto dos riscos e do capital.

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