Neste domingo usei pela 1ª vez o presente que ganhei de Gregório Montemor: uma bandeira do Brasil
O último fim de semana antes do primeiro turno foi marcado por atos públicos dos dois grupos em que se divide a nação brasileira. De ambos os lados, são manifestações legítimas do jogo democrático, merecedoras de respeito. Observo, porém, que há diferenças importantes entre as partes. De um lado, carregam símbolos partidários e ideológicos. Do outro, carregam a bandeira nacional.
De um lado, predomina o vermelho. Do outro, predomina o verde-amarelo. De um lado, gritam slogans de repúdio. Do outro, gritam “Eu vim de graça”. De um lado, predomina o ódio a um candidato. Do outro, o amor ao País. De um lado, os filhos de Lula.
Do outro, os filhos do Brasil.
Creio que os meus sete leitores já sabem a qual lado pertenço, e não vejo o menor motivo para afetar neutralidade e esconder minha preferência, até porque sou pago para dar opiniões. Assim, não vou surpreender ninguém ao dizer que neste domingo usei pela primeira vez na rua o presente que ganhei de meu amigo Gregório Montemor: uma bandeira do Brasil em formato oficial. E pretendo utilizá-la outras vezes durante a semana.
O que me chamou a atenção na carreata de domingo, além da onipresença da bandeira nacional, foi a expressão dos manifestantes. No rosto das pessoas, via-se alegria, entusiasmo, esperança. Ao contrário do que alguns imaginariam, não percebi, nos gestos e falas dos manifestantes, nenhum traço de ódio, rancor ou ressentimento. O que eu vi ali foi uma legítima preocupação com o futuro do Brasil e nenhum ressalto: nenhum - discurso de ódio. Outro fato que me chamou atenção foi a intensa participação das mulheres, de todas as classes e idades.
Meu amigo Filipe G. Martins, um dos melhores analistas políticos do País, fez um comentário importante sobre as manifestações do final de semana: “As manifestações de domingo não foram maiores apenas em volume, também foram muito mais abrangentes em termos de capilaridade. Se no sábado tivemos uma manifestação da esquerda urbana, no domingo tivemos uma reação do Brasil profundo”.
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Relato do professor londrinense Gileno Gonçalves Pereira, um ás da matemática: “No domingo, fui de Uber para o aeroporto. Assim que começou a carreata, por volta da 15h30, caminhei até a rotatória da JK, onde fiquei por uma hora. Depois, fui para a ponte da Via Expressa, onde fiquei por mais uma hora. Usei um cronômetro e, com a ajuda de um amigo, contei em média 50 carros por minuto. Ao todo, foram duas horas e meia (150 minutos) de fluxo: 150 vezes 50 = 7.500. Havia pelo menos 7.500 carros na manifestação. Tenho testemunhas”.
Ficou evidente: de um lado, predomina o ódio a um candidato; do outro, o amor ao Brasil