Álcool e direção, uma tragédia anunciada
Amorte de quatro pessoas de uma mesma família na noite de domingo (30) em um acidente de carro no município de Cambé, na Região Metropolitana de Londrina, reforçou as estatísticas de tragédias provocadas pela mistura de álcool e direção. O acidente ocorreu na PR-445, próximo ao distrito de Warta, na zona norte de Londrina. Um veículo Polo, conduzido por um homem de 39 anos, teria batido no rodado traseiro de um caminhão. O condutor perdeu o controle, invadiu a pista contrária da rodovia - que neste trecho é simples - e atingiu frontalmente o Megane que transportava Fernando Afonso Rosa, 43, Adna Simões de Souza Afonso Rosa, 41, Sofia Afonso Simões, 2, e Polyana Afonso Simões, 9. Os quatro morreram no local e o sepultamento aconteceu na tarde de segunda-feira (1), em Londrina.
O testemunho de um motorista que dirigia atrás do Polo foi importante para ajudar a esclarecer as circunstâncias que provocaram a tragédia, contando uma série de imprudências cometidas pelo condutor do Polo, como ultrapassagem em local proibido e direção em zigue-zague. E mesmo com a recusa de passar pelo teste do etilômetro, o motorista confessou ter bebido antes de dirigir. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio no trânsito com agravante da embriaguez e preso. A pena é de cinco a oito anos de reclusão, apreensão do veículo e suspensão ou proibição do direito de dirigir.
A punição para o motorista que comete homicídio ou causa lesão grave ou gravíssima ao dirigir alcoolizado ficou mais rígida no final do ano passado, com a publicação da Lei 13.546. De detenção (geralmente em regime aberto ou semiaberto) , a lei determina que o causador do acidente sofrerá uma medida mais severa, a reclusão (privação de liberdade). Uma legislação mais dura para quem comete crimes de trânsito vai ajudar a coibir comportamentos de risco, como dirigir alcoolizado ou falando no celular. Mas, por mais rigorosa que seja a legislação, ela só terá sucesso se vier acompanhada de outras iniciativas complementares, entre elas a fiscalização e a educação.
Por mais rigorosa que seja a legislação, ela só terá sucesso se vier acompanhada de outras iniciativas complementares, entre elas a fiscalização e a educação