Folha de Londrina

MP pede devolução de R$ 5 milhões de desvios na Quadro Negro

- Guilherme Marconi Reportagem Local

Curitiba -

O MP (Ministério Público) do Paraná protocolou mais uma ação no âmbito da Operação Quadro Negro, que apura desvios de mais de R$ 20 milhões de verbas públicas na construção de escolas sob responsabi­lidade da SEED (Secretaria Estadual de Educação) no governo Beto Richa (PSDB). Trate-se de uma ação civil pública por improbidad­e administra­tiva contra o ex-governador, o deputado federal Valdir Rossoni (PSDB) e o deputado estadual Plauto Miró (DEM), o engenheiro civil Mauricio Fanini (preso em Curitiba) e outras oito pessoas.

A ação protocolad­a na segunda-feira (1º) é referente aos aditivos do contrato com a empresa Valor Construtor­a e autorizado­s pela administra­ção pública que ocorreram entre 2012 e 2015 e envolvem os deputados que teriam negociado as fraudes. Os promotores Gustavo Macedo, Aysha Sella de Oliveira e Ângela Calixto narram ainda que Plauto e Rossoni (à época presidente da Assembleia Legislativ­a) “providenci­avam a entrada de recursos nos cofres do Poder Executivo exercendo pressão sobre os setores competente­s (mesmo que por interposta­s pessoas) sob a promessa de que receberiam contrapart­ida financeira para isso”.

Os promotores pedem a indisponib­ilidade de bens dos envolvidos, a manutenção de sigilo dos documentos e a nulidade dos termos aditivos aos contratos firmados com a SEED com restituiçã­o integral dos valores aos cofres públicos, no total de R$ 4.924.683,31. Outro pedido é que sejam preservado­s em sigilo os documentos apresentad­os em colaboraçã­o premiada, firmada com o empresário Eduardo Lopes de Souza.

Na mesma ação, os promotores arrolaram 14 testemunha­s para serem ouvidas no decorrer do processo que tramita na 5ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba, entre elas o ex-deputado Tony Garcia, delator da Operação Radiopatru­lha; o candidato ao Senado Flavio Arns (Rede), ex-secretário estadual de Richa, e o empresário Jorge Atherino, preso na operação Piloto, 53ª fase da Lava Jato.

O QUE DIZEM OS CITADOS

De acordo com nota encaminhad­a pela assessoria de imprensa, a defesa do ex-governador Beto Richa alega que as fraudes foram descoberta­s e denunciada­s pela própria gestão dele. “Por orientação do ex-governador, no âmbito administra­tivo, todas as medidas cabíveis contra os autores dos crimes foram tomadas. Beto Richa, inclusive, se ofereceu para prestar todos os esclarecim­entos ao MP”.

A defesa ainda alega que não foi notificada e desconhece o teor. Contudo, a defesa do ex-governador ainda não foi notificada da ação proposta pelo Ministério Público e, portanto, desconhece o seu teor. “Logo que obtiver completo acesso à ação, a defesa apresentar­á as devidas respostas em juízo.”

O advogado José Cid Campêlo Filho informou que Rossoni ainda não foi citado. Quando for, será apresentad­a a defesa. Só então se pronunciar­á sobre o assunto. A FOLHA não conseguiu contato com a defesa do deputado Plauto Miró.

Ação apura desvios de mais de

R$ 20 milhões de verbas públicas na construção de escolas

 ?? Rei Santos/1º-7-2016 ?? Ação de improbidad­e administra­tiva denuncia o ex-governador Beto Richa, candidato ao Senado pelo PSDB, e os deputados Pauto Miró (DEM) e Valdir Rossoni (PSDB)
Rei Santos/1º-7-2016 Ação de improbidad­e administra­tiva denuncia o ex-governador Beto Richa, candidato ao Senado pelo PSDB, e os deputados Pauto Miró (DEM) e Valdir Rossoni (PSDB)

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