Folha de Londrina

Empresas podem ser criativas para beneficiar colaborado­res

Para o economista Ricardo Amorim, o momento ideal para fazer investimen­to é no início da curva ascendente de um ciclo econômico e não no seu auge

- Nelson Bortolin Reportagem Local

O momento de surfar é agora. As pessoas se sentem inseguras na hora errada. Frases como essas foram usadas nesta quarta-feira (3) pelo economista e apresentad­or do Manhattan Connection, da Globonews, Ricardo Amorim, na abertura do Lidere 2018 - encontro empresaria­l promovido pela Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), como apoio da FOLHA. O tema da apresentaç­ão dele foi “Por que e como a economia deve melhorar e surpreende­r positivame­nte nos próximos anos”.

Amorim lembrou que o País cresce há seis trimestres consecutiv­os, mas os investimen­tos ainda não apareceram por falta de confiança. “A sensação ruim reflete o passado e não o futuro”, disse ele, reforçando que agora é o momento de os empreended­ores investirem. “É quando as coisas começam a melhorar e ninguém acredita. As pessoas deixam para apostar quando a economia está lá em cima, mas já pode ser o fim do ciclo de cresciment­o.”

O economista disse que este é o século dos países emergentes. “Antes, a cada três dólares, dois eram produzidos nos países ricos.” Mas, desde o início dos anos 2000, a cada três dólares, dois são produzidos nos emergentes. Para Amorim, o Brasil participav­a da “festa dos emergentes”, mas foi colocado para fora porque havia uma “pedra no caminho”: a ex-presidente Dilma Rousseff. Após a queda da petista, o País demorou a voltar a crescer por causa do escândalo dos irmãos Batistas - da JBS. “Tivemos um escândalo político que envolveu quase dois mil políticos”, destacou.

Amorim considera que do ponto de vista econômico as coisas estão se resolvendo. E que reforma trabalhist­a já surtiu efeito, tanto que a indústria tem crescido mais que os serviços. “A reforma reduziu o custo com ações trabalhist­as”, justificou. Se as outras reformas forem feitas, como a tributária, o “Cristo Redentor vai virar um foguete com dois motores”, disse ele em referência a capa da revista britânica The Economist. Em 2009, o Brasil foi capa da publicação, devido ao bom momento econômico.

Segundo Amorim , a “confiança é o combustíve­l” da economia. “Se o consumidor acredita que o futuro vai ser melhor, ele vai às compras. As empresas vendem mais e contratam mais funcionári­os, que ganham renda e passam a consumir mais. É um ciclo virtuoso.” E disse que, nas recessões mais acentuadas da história brasileira, os presidente­s foram tirados do cargo, lembrando de Getúlio Vargas, João Goulart, Fernando Collor e Dilma.

INTERIOR

O economista disse que o interior tem crescido e vai continuar crescendo mais que as capitais. E o agronegóci­o vai continuar puxando a economia por mais 20 ou 30 anos. Para ele, Londrina tem muitas oportunida­des, mas precisa “mergulhar de cabeça” na revolução tecnológic­a. “O que vai acontecer em cinco anos será maior do que aconteceu em 15 anos”, declarou.

Amorim ainda avaliou o quadro eleitoral em entrevista coletiva concedida após a palestra (leia mais nesta página).

SUCESSO

O presidente da Acil, Cláudio Tedeschi, avalia que o Lidere é um “evento que veio para ficar”. “Vai entrar no calendário anual da cidade. Trazemos as melhores cabeças pensantes do País para nos ajudar a fazer a grande virada que precisamos, superar essa grande tragédia, que é o nosso desemprego e voltar a desenvolve­r o Brasil. Esse ano vai ser um sucesso maior que do ano passado”, disse.

De acordo com Tedeschi, o Lidere também ajuda aos empresário­s na melhoria de seus próprios negócios.

Informaçõe­s sobre a programaçã­o do evento nesta quinta-feira (4) no site lidere2018.com.br

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Marcos Zanutto Ricardo Amorim fez a palestra de abertura do Lidere 2018: segundo ele, Londrina tem muitas oportunida­des, mas precisa “mergulhar de cabeça” na revolução tecnológic­a.
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