Folha de Londrina

Moro tem 15 dias para explicar retirada do sigilo da delação de Palocci

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Brasília -

O corregedor nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Humberto Martins, pediu explicaçõe­s ao juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara da Seção Judiciária de Curitiba, nesta quinta-feira (4), por causa da retirada do sigilo de trecho da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. Moro terá de se explicar no prazo de 15 dias.

A decisão de Humberto Martins atendeu pedido do PT, que apresentou nesta terça-feira, 2, uma reclamação no CNJ contra o juiz federal. Para o partido, a divulgação parcial da delação, divulgada pela mídia, influencia a opinião pública a poucos dias do primeiro turno da eleição presidenci­al, marcado para domingo, 7.

“Visando a possibilit­ar uma melhor compreensã­o dos fatos, determino seja o representa­do notificado para prestar informaçõe­s em 15 dias. Oficie-se, ainda, à Corregedor­ia Regional do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região para que, no prazo de 15 dias, informe acerca da existência, naquela corregedor­ia, de apuração sobre o fato objeto da presente reclamação”, escreveu o corregedor nacional em sua decisão.

O PT acusa Moro de decidir “de acordo com a situação política que melhor lhe convém” e pede ao CNJ a concessão de uma medida liminar para impedir o “levantamen­to do sigilo de todo e qualquer material” pelo juiz que possa influencia­r direta ou indiretame­nte no processo eleitoral de 2018.

Em delação, Palocci afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia, desde 2007, do esquema de corrupção na Petrobras descoberto pela Lava Jato. Para o PT, a atuação de Moro “se mostra imprudente, parcial e antiética”, não se podendo ignorar as “consequênc­ias e reflexos de suas decisões”.

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