Temporal causa destruição em Londrina
Regiões sul e leste foram as mais atingidas; ventos passaram dos 100 km/h e chuva dos 42 mm
Um temporal na tarde de quinta-feira (4) deixou destruição e prejuízo em Londrina, principalmente nas regiões sul e leste. Segundo o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), os ventos passaram dos 100 quilômetros por hora. A chuva forte e isolada chegou a cerca de 42 mm (milímetros). O fenômeno meteorológico foi ocasionado pela rápida elevação da temperatura em uma atmosfera úmida. A Copel informou que mais de 40 mil residências ficaram sem energia elétrica em razão de queda de árvores em fiação e postes na cidade. Em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), o número de ocorrências foi de 17 mil imóveis sem energia após a passagem do temporal.
Uma delas foi na avenida Dez de Dezembro, no sentido PR-445. Uma árvore de grande porte caiu na via, interditando duas pistas e atrapalhando o trânsito. Os fios de vários postes ficaram enroscados e foram ao chão. Nas avenidas Waldemar Spranger e Harry Prochet as placas de trânsito ficaram contorcidas, enquanto que fragmentos de outdoors se soltaram. O forro de dois postos de combustíveis nesta região caíram. Muita sujeira e barro ficaram pelas ruas.
No jardim Cafezal, também na zona sul, casas foram alagadas por conta do volume da água na rua Badre Dagher. Logo depois da chuva, vizinhos começaram a limpar as moradias e contabilizar o prejuízo. Na residência do filho da serviços gerais Clarisse Santana, móveis comprados recentemente foram perdidos. “Nossa rua não é plana e moramos em uma baixada. Toda a vez que chove é isso. Temos poucos bueiros e estes ainda estão entupidos. Fizemos um abaixo-assinado para limparem e nada”, reclamou. “Quando chove não podemos sair de casa pois ficamos com medo”, relatou.
Na casa da representante comercial Maria Carolina Volpato não foi diferente. Ela estava trabalhando quando recebeu a notícia de que a água da chuva estava há mais de um metro de altura dentro de sua residência. “Tudo que estava baixo estragou, assim como a geladeira, guarda-roupa, alimentos e peças de roupas. Fico indignada, pois é um problema que poderia ter sido resolvido se tivesse mais boa vontade e atenção do poder público. Familiares e vizinhos vieram ajudar a limpar o barro e escorrer a água.”
A UBS (Unidade Básica de Saúde) do Cafezal precisou interromper o atendimento no meio da tarde de quinta em razão do teto que encharcou. A água começou a escorrer em abundância no local. Uma avaliação será feita na sexta-feira (5), mas a expectativa é de que os pacientes sejam recebidos normalmente. Diversas escolas municipais e CMEIs (Centros Municipais de Edução Infantil) de todas as regiões de Londrina foram atingidos por alagamentos ou outros problemas ocasionados pelo excesso de água. Ao todo, 22 instituições foram prejudicadas.
O coordenador-adjunto da Defesa Civil em Londrina, Demerval Anderson do Carmo, afirmou que o balanço total com os estragos da chuva será divulgado na sextafeira (5). Na quinta, o órgão passou a tarde distribuindo lonas e cortando árvores caídas junto com a Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente). “Quando acontece temporais assim primeiro fazemos a parte de atendimentos e respostas. Na zona leste, na região do HU (Hospital Universitário), árvores caíram em cima de duas residências e nessa mesma localidade casas foram destelhadas”, explicou. Na avenida Robert Koch, zona leste, parte da estrutura do estacionamento de um condomínio de prédios veio ao chão caindo sobre os carros. Ninguém se feriu
Uma árvore caiu em cima de um veículo Gol que estava estacionando em frente a um prédio, próximo ao cruzamento da rua Brasil com Jorge Velho, área central. O dono do automóvel havia ido almoçar e disse que escutou um barulho que parecia de acidente. “Fiz algumas entrevistas de emprego pela manhã e vim para o apartamento almoçar. Quando estava tendo aquele temporal a árvore caiu e agora o prejuízo é meu, infelizmente”, lamentou Aguinaldo Choucino. A síndica do prédio, Matilde Fedatto, sustentou que a árvore estava condenada. “Há mais de cinco anos estamos tentando que a Sema podasse, porém ela falou que estava sadia. Está aí o resultado”, criticou.