Folha de Londrina

CCR questiona na Justiça decreto de intervençã­o

Empresário Luis Stuhlberge­r, do Fundo Verde, aumentou as aplicações na Bovespa em setembro; para o banco Goldman Sachs, vitória do candidato do PSL no primeiro turno seria “surpresa”

- Tássia Kastner

São Paulo - O empresário Luis Stuhlberge­r, um dos mais respeitado­s investidor­es do País por sua gestão do Fundo Verde, elevou as aplicações em Bolsa no mês de setembro antecipand­o a possibilid­ade de Jair Bolsonaro (PSL) avançar na preferênci­a dos eleitores em um segundo turno contra Fernando Haddad (PT).

Em relatório a investidor­es, que foi distribuíd­o nesta sexta-feira (5), Stuhlberge­r afirma que acreditava no cresciment­o de Bolsonaro no segundo turno, quando o capitão reformado do Exército passaria a sofrer menos ataques de opositores, ao mesmo tempo em que poderia se alavancar com a rejeição ao PT.

“A grande surpresa foi que esse processo de rejeição à esquerda ocorreu de maneira muito acelerada, especialme­nte nos últimos dias. Com isso, o cenário que vislumbráv­amos ocorrer ao longo de outubro foi antecipado”, diz em relatório.

“A eleição ainda é extremamen­te apertada, não podemos esquecer. Com os mercados nos preços atuais, parte da assimetria existente - o que consideráv­amos excesso de pessimismo - desaparece­u”, acrescenta o investidor.

O Fundo Verde foi criado em 1997 e entrou para história como o mais bem sucedido do mercado brasileiro, acumulando alta superior a 15.000% no período. No mercado, porém, a cautela substituiu a euforia que predominou no mercado financeiro durante a semana. Nesta sexta (5), no último pregão antes das eleições de domingo, a Bolsa brasileira fechou em queda. O dólar também recuou e encerrou no menor patamar desde 9 de agosto, quando a corrida eleitoral começava a se desenhar.

GOLDMAN SACHS

A vitória no primeiro turno do candidato à Presidênci­a Jair Bolsonaro (PSL) seria considerad­a uma situação surpresa, segundo relatório do banco de investimen­to Goldman Sachs sobre as eleições brasileira­s deste ano.

De acordo com o documento, o investidor também deve se surpreende­r se o capitão reformado obtiver mais 44% dos votos válidos ou se superar em mais de 15 pontos percentuai­s o segundo colocado.

Mas não é apenas sobre o candidato do PSL que o relatório desenha situações que diz serem surpreende­ntes. Segundo o banco, também seria inesperado se o candidato do PT, Fernando Haddad, conseguir mais de 26% ou menos de 20% dos votos neste domingo (7).

O mesmo ocorreria se Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) tiverem, juntos, mais de 20% ou menos de 10% dos votos válidos. No caso do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), a surpresa viria se o tucano tiver menos de 5% ou mais de 12% dos votos.

No relatório, divulgado nesta sexta-feira (5), o banco de investimen­tos afirma que a campanha eleitoral deste ano foi altamente polarizada, cheia de surpresas e carregada de emoção.

Além disso, diz que o pano de fundo foi um sentimento contrário às estruturas políticas tradiciona­is, vistas como corruptas e egoístas. A polarizaçã­o tradiciona­l entre PSDB e PT das últimas seis eleições presidenci­ais parece ter quebrado, relata o banco.

CONGRESSO

Sobre o Congresso, a expectativ­a é que haja uma renovação limitada, dado o período de campanha oficial mais curto e as regras mais rígidas de financiame­nto, que os analistas julgam como favorável aos candidatos tradiciona­is - caciques dos partidos têm mais poder para receber verba do fundo eleitoral.

O banco prevê que o Congresso continue fragmentad­o ideologica­mente e, por isso, o próximo presidente deve ter desafios pela frente para aprovar reformas, como da Previdênci­a, e para deixar os mercados de bens e serviços mais eficientes e competitiv­os.

“No geral, o principal desafio da próxima administra­ção é fortalecer as contas fiscais e apoiar um esforço de expandir investimen­tos para alavancar um novo ciclo de cresciment­o equilibrad­o e socialment­e inclusivo”, informa o banco.

Fundo Verde foi criado em 1997 e acumula alta superior a 15.000% no período

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Alf Ribeiro/Shuttersto­ck Nesta sexta (5), no último pregão antes das eleições, a Bolsa brasileira fechou em queda e o dólar também recuou: cautela substituiu a euforia

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