Tipo ‘Qualquer de assédio tem de banido’ ser
Protagonista da minissérie “Assédio”, Antonio Calloni também fará participação em “O Sétimo Guardião”, próxima novela das 21h na Globo
Durante 16 capítulos, Antonio Calloni dará o ar da graça em “O Sétimo Guardião”, próxima novela das 21h da Globo, prevista para novembro. No folhetim de Aguinaldo Silva, que marca a volta do autor ao realismo fantástico, o ator interpretará Egídio, guardião-mor de uma fonte com propriedades curativas e rejuvenescedoras. Além do personagem, outras seis pessoas foram escolhidas em um ritual secreto para proteger esse lugar mágico. Então, com a morte de seu principal protetor, seu filho, Gabriel (Bruno Gagliasso), terá que assumir esta missão.
“É um personagem extremamente generoso, totalmente do bem. É muito abdicado, porque abre mão da vida dele para tomar conta dessa fonte milagrosa. Ele deixa de se casar com a mulher que ama para cuidar disso. É um personagem bonito nesse sentido. Ele apresenta esse misticismo todo em relação à fonte”, adianta Calloni, fazendo referência à vilã Valentina (Lilia Cabral), que o personagem abandonou no passado, porque os guardiões são proibidos de se casar
Porém, enquanto ‘O Sétimo Guardião’ não estreia, Calloni pode ser visto na minissérie “Assédio”, já disponível no Globoplay e sem uma data de estreia na televisão. Na obra de Maria Camargo, livremente inspirada no livro “A Clínica - A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih”, de autoria de Vicente Vilardaga, o ator faz o médico especialista em reprodução assistida, Roger Sadala, que estupra suas pacientes enquanto elas estão sedadas em seu consultório.
“Qualquer tipo de assédio tem de ser banido, de preferência do planeta. É uma discussão importante como ator, fazendo um trabalho artístico de qualidade; e também como cidadão, propondo um debate em alto nível. Eu me baseei, principalmente, no texto da Maria, que é bem delineado, então não tive dificuldade. É um personagem cheio de contradições e nuances”, observa.
Segundo Calloni, “Assédio” trata de uma questão importante na relação entre homem e mulher. O ator diz que o macho não sabe muito bem diferenciar uma cantada de um assédio, mas que isso não justifica de nenhuma forma esse comportamento criminoso. Para ele, o assunto já vem sendo discutido há bastante tempo. Por isso, cabe a todos se informarem e mudarem de pensamento. Inclusive, a série apresenta personagens masculinos com atitudes diferentes, que vão ajudar o público a entender melhor o assunto.
“O ‘Bom dia’ como Roger Sadala já era difícil, porque pra fazer tem que acreditar. Ele fez o que fez, se tornou um criminoso, porque ‘adoeceu’ com o poder que tinha na mão. O instinto ganhou da cultura. A gente tem que encontrar um equilíbrio nesse conflito, mas ele não encontrou. Esse personagem sabia o que era o amor por uma mulher, pelo filho, pela vida. Só que se desequilibrou”, relata.
Apesar de a história ser pesada, Calloni afirma que sabe separar ficção de realidade. Então, não fica se martirizando por conta de uma sequência difícil. Pelo contrário, o ator ressalta a alegria de fazer um bom trabalho e o respeito pelas colegas de elenco.
“É óbvio que, quando você tem uma cena de violência sexual, tem que ser cuidadoso com a atriz. Tem que combinar antes. A gente se propõe a fazer desse jogo a sensação de que está sendo uma coisa real, mas existe muita técnica envolvida”, conclui.