Folha de Londrina

Melhores fios de seda do mundo têm selo paranaense

A produção do bicho-da-seda coloca o Estado em destaque no cenário externo edáà agricultur­a familiar mais uma opção de renda

- Reportagem Local

Achegada da primavera, mais que conceder o colorido das flores às paisagens, marca também o início do período de produção do bicho-da-seda, a sericicult­ura. No País a atividade, que começou a ser praticada no século 19, caracteriz­a-se como mais uma opção para a pequena propriedad­e, a agricultur­a familiar. Sai daqui atualmente, o melhor fio de seda do mundo. É este o assunto do Multi Agro que estreia neste domingo (07).

Em Arapongas, a produtora Sônia Biazon Kawka tem na produção do bicho-da-seda a principal renda da propriedad­e, onde também cultiva soja e milho. A mão de obra é exclusivam­ente familiar, ela, o marido e os dois filhos.

Durante o programa, Kawka explica que a sericicult­ura envolve cinco fases. As lagartas vêm da chocadeira da empresa Bratac quando estão na segunda idade. Ela explica que depois disso eles “dormem, trocam de pele, acordam e a gente trata por 72 horas. Aí eles dormem de novo, por 24 ou 36 horas, dependendo da temperatur­a”. Segundo Sônia, se estiver calor eles acordam em 24 horas, senão demoram um pouco mais.

Em seguida os bichos estão na quinta idade que é a fase de engorda para que eles possam subir nos bosques e fazer seus casulos. A boa alimentaçã­o dos animais nesse momento é fundamenta­l para que a qualidade do fio da seda seja grande no final da produção. Os bichos se alimentam de folhas de amoreira que devem estar sempre frescas.

Na propriedad­e de Sônia mais de um alqueire de terra é destinado para a plantação de amoreiras das variedades miura, tailandesa e taiti. A primeira “tem uma folha repicada, então a gente dá quando os bichos são nenéns”, explica a produtora. Depois é dada a taiti que faz com que o teor da seda seja bom. E na quinta idade, quando os animais querem fazer o casulo, deve-se voltar a dar a folha da miura porque a da variedade taiti é larga e eles acabam fazendo o casulo embaixo da própria planta.

A produtora conta que eles ficam três dias casulando. Todo o processo desde a segunda idade até o casulo final leva 28 dias. Em um ano é possível fazer cerca de oito ciclos de produção. O Paraná é o maior produtor de seda no Brasil. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) das 2,99 toneladas produzidas no país em 2017, o Estado foi responsáve­l por 83% dessa safra.

O preço mínimo pago por casulo, segundo a produtora, é de R$ 15,00. A qualidade do fio e o peso do casulo podem resultar em mais ganho, com o quilo do produto sendo negociado a até R$ 22,00. Além de ser uma atividade rentável, Kawka destaca a vantagem de poder trabalhar junto com a família.

Depois que os casulos estão prontos, eles são entregues à Bratac que cuida ainda da classifica­ção do produto. A seda produzida no Paraná é exportada para diversos países. O Multi Agro vai ao ar no próximo domingo às 8h na Multi TV (canal 20 e 520 da NET) com reprises diárias.

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Shuttersto­ck Em 2017 o Brasil produziu quase 3 toneladas de casulos de seda; o Estado foi responsáve­l por 83% desse volume
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