Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br

Na esquina entre as ruas Brasil e Venezuela, você tem que escolher qual dos caminhos seguirá

Você está na esquina da Rua Brasil com a Rua Venezuela.

Na Rua Brasil, as escolas ensinam a ler, escrever e fazer contas, as crianças cantam o Hino e hasteiam a Bandeira Nacional, a autoridade do professor é respeitada, há disciplina e ordem, alegria e paz.

Na Rua Venezuela, as escolas são obrigadas pelo governo e os sindicatos a ensinar ideologia de gênero, combater os valores familiares, fazer propaganda do socialismo, elogiar Lula e Fidel Castro e formar analfabeto­s politizado­s. E ai de quem não seguir a cartilha!

Na Rua Brasil, floresce a liberdade de mercado, as empresas crescem e geram empregos, os impostos e a burocracia diminuem, há espaço para novos negócios, o trabalho e o capital convivem harmonicam­ente.

Na Rua Venezuela, há inflação, impostos elevados, perseguiçã­o aos empresário­s, calote das dívidas, ruptura dos contratos, fiscalizaç­ão predatória, burocracia paralisant­e, indústria de ações trabalhist­as, escassez de produtos e prateleira­s vazias. É a plena realização da “economia socialista”: em vez de Wal-Mart, Wal-Marx.

Na Rua Brasil, os manifestan­tes saem à rua com bandeiras verde-amarelas. Vestem-se normalment­e.

Na Rua Venezuela, os manifestan­tes saem à rua com bandeiras vermelhas. Às vezes, se despem.

Na Rua Brasil, o Estado diminui de tamanho para focar nos problemas que realmente merecem prioridade: segurança, saúde, educação.

Na Rua Venezuela, o Estado se fortalece para garantir onipresenç­a na vida dos cidadãos.

Na Rua Brasil, há liberdade de imprensa e qualquer um pode criticar o governo.

Na Rua Venezuela, prevalece o estilo esquerdist­a de censura: “controle social” da imprensa e da internet.

Na Rua Brasil, o agronegóci­o é um dos esteios do desenvolvi­mento e gera superavits na economia.

Na Rua Venezuela, os sem-terra promovem a era das invasões sem fim, muito semelhante ao Grande Salto para Frente na China e à coletiviza­ção forçada na Rússia.

Na Rua Brasil, a Justiça é fortalecid­a, tendo a Operação Lava Jato como modelo de ação. Ministros conservado­res são escolhidos para substituir os que se aposentam no STF, reequilibr­ando as forças na Corte. O ativismo judicial se torna crime.

Na Rua Venezuela, a Lava Jato é encerrada, com a gradativa libertação de todos os presos, a começar por Aquele. Conselhos populares e movimentos sociais tomam o lugar dos representa­ntes eleitos e criam “tribunais populares” para julgar os conflitos. O ativismo judicial transforma o STF no verdadeiro Poder Legislativ­o.

Na Rua Brasil, a polícia ganha respaldo, treinament­o e infraestru­tura para combater o crime, tendo como principais alvos o narcotráfi­co e as demais organizaçõ­es criminosas. O cidadão tem liberdade para se defender. A taxa de homicídios diminui exponencia­lmente.

Na Rua Venezuela, a PM é desmilitar­izada, o tráfico de drogas passa a ser chamado de “comércio legalizado de produtos estimulant­es” e as organizaçõ­es criminosas ganham status de “instituiçõ­es de poder alternativ­o”. A divulgação da taxa de homicídios é proibida.

Dois números, duas ruas, dois países: você escolhe o caminho.

 ?? Marcos Henrique Marangoni/Divulgação ??
Marcos Henrique Marangoni/Divulgação

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil