Recém-eleitos deputados federais por Londrina, Boca Aberta (Pros) e Filipe Barros (PSL) prometem manter o tom e defender bandeiras no Congresso Nacional
Atual e ex-vereador são eleitos deputados federais amparados em bandeiras que levantaram na Câmara Municipal
Recém-eleitos deputados federais por Londrina, Emerson Petriv, o Boca Aberta (Pros), e Filipe Barros (PSL), dois personagens que se tornaram bastante conhecidos dos londrinenses por posturas mais “polêmicas” na Câmara Municipal, devem manter o tom no Congresso Nacional a partir do ano que vem.
Eleito com mais de 90 mil votos, depois de ter o mandato como vereador cassado no ano passado, Boca Aberta se diz perseguido pela imprensa e garante que, agora, nada poderá atrapalhar a sua legislatura em 2019. Durante a campanha dele, uma série de decisões judiciais no Tribunal de Justiça do Paraná a colocou em dúvida, mas “não existe nada sob júdice”, assegura Petriv. Ao ser procurado pela reportagem, ele não quis dar entrevista.
No último dia 17 de setembro, os desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE) julgaram improcedente a Ação de Impugnação de Registro de Candidatura proposta pelo Ministério Público Eleitoral.
“Dessa forma, sendo a existência de multas o único registro que obstava a quitação eleitoral do requerente, considero que a condição de elegibilidade restou devidamente preenchida. Por fim, no que se refere às diversas anotações constantes das certidões criminais apresentadas pelo requerente, todas restaram esclarecidas e nenhuma tem o condão de retirar-lhe a elegibilidade”, afirma o desembargador Gilberto Ferreira, relator no TRE-PR. A FOLHA não conseguiu falar com a defesa do ex-vereador.
Como deputado, Boca Aberta promete combater a corrupção e doar parte do próprio salário todos os meses para o Hospital do Câncer, bem como parte do salário do filho, Boca Aberta Jr., eleito deputado estadual com cerca de 40 mil votos.
PRIMEIRAS EMENDAS
Aos 27 anos, Filipe Barros, eleito com mais de 75 mil votos, não vai nem terminar o mandato na Câmara Municipal de Londrina, missão para o suplente dele, o exvereador Emanoel Gomes (PRB). Apesar de ter migrado para o PSL (Partido Social Liberal) apenas neste ano e ter sido um dos principais responsáveis pela campanha de Jair Bolsonaro (PSL) na Região Metropolitana de Londrina, Barros não confirma ter se aproximado do presidenciável para “surfar” no fenômeno político nascido na internet com o objetivo de tentar aumentar as chances de se eleger. “As pessoas que me acompanham há um tempo sabem desse nosso histórico pelas mesmas causas”, afirma.
“Obviamente que isso as pessoas reconheceram nas urnas. A maior parte do Paraná como um todo elegeu Bolsonaro, se dependêssemos só do Paraná ele estaria eleito, então com certeza nos ajudou. Eu acho que essas eleições foram para muitas pessoas a última esperança de um Brasil melhor”, diz.
Desde que foi eleito vereador, com 4.227 votos, Barros buscou visibilidade até em apresentações artísticas, cuja atuação rendeu denúncias por intolerância religiosa, fanatismo e racismo, e causou polêmica com servidores públicos e sindicalistas no ano passado ao fazer um vídeo em que aparece xingando de “vagabundos” manifestantes contra a Reforma Trabalhista. Polêmicas superadas, encontrou em Londrina terreno fértil para avançar com pautas conservadoras, principalmente na área da educação com o projeto de lei que proíbe a realização de atividades na rede pública de Londrina que concordem com teorias de gênero.
Questionado sobre quais vão ser as primeiras emendas para Londrina, Barros cita antigas demandas estruturais do município.
“Desde que eu nasci nós ouvimos falar sobre melhorias nas estradas rurais, duplicação de algumas rodovias, sobre o ILS no aeroporto”, promete.
Sobre a reta final do mandato como vereador reafirma a independência com que vem votando em relação aos projetos do Executivo, e apoio ao de iniciativa popular que revoga a Planta Genérica de Valores.
“São temas espinhosos que a Câmara vai discutir nos próximos meses, como a lei geral do Plano Diretor, todos sabemos da deflagração da Operação ZR3, então temos que ter um cuidado redobrado para não gerar mais empecilhos para a cidade de Londrina e muito menos corrupção”, diz.
Barros diz ter histórico pelas mesmas causas
Boca Aberta fala em combater a corrupção