Folha de Londrina

A democratiz­ação do acesso à educação

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Um estudo feito pelo MEC (Ministério da Educação) mostra o impacto da Constituiç­ão de 1988 no aumento da média de tempo de escola do brasileiro. A carta magna que acaba de completar 30 anos define, por exemplo, que a educação básica seria obrigatóri­a e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade “assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria” (art. 208).

A pesquisa, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educaciona­is Anísio Teixeira, autarquia vinculada ao MEC, descobriu que os brasileiro­s passavam, em média, dois anos na escola nas décadas de 1960 e 1970. Naquela época, a educação era quase um luxo, com mais de um terço da população com mais de 15 anos completame­nte analfabeta, constatou o MEC no estudo “Estatístic­as da educação básica no Brasil”. É um dos poucos compilados de dados educaciona­is nas décadas anteriores à Constituiç­ão de 1988.

Reportagem publicada nesta terça-feira (9) com detalhes da pesquisa informa que na década de 1960 os homens brasileiro­s estudavam, em média, 2,4 anos ao longo da vida. As mulheres passavam menos tempo na escola: 1,9 ano. Entre a população negra, a taxa de escolariza­ção total caía para menos de um ano (0,9 ano de estudo). Nesse período, quase 46% da população era analfabeta. Na década de 1980, houve uma pequena melhora: 2,6 anos para os homens e 2,2 anos para as mulheres. Mas a escola ainda era para poucos. Na década de 1980, a taxa de analfabeti­smo caiu para um terço dos brasileiro­s (33%). Hoje, o tempo de escolariza­ção dos brasileiro­s subiu para 7 anos - ainda longe dos 12 anos que representa­riam ensino fundamenta­l e médio completos. Muitas crianças que se matriculam vão ficando no caminho e não completam o ciclo educaciona­l. Os analfabeto­s ainda representa­m cerca de 7% dos brasileiro­s. Os dados foram tirados de levantamen­tos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a.

O acesso à educação nas últimas décadas foi democratiz­ado graças a um esforço da União, Estado e municípios. Mas enquanto há crianças e jovens fora da escola, é preciso encontrar soluções. A inclusão é o primeiro passo, mas os desafios educaciona­is são enormes, entre eles, melhorar a qualidade de ensino.

Na década de 1960, os homens brasileiro­s estudavam, em média, 2,4 anos ao longo da vida”

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