Folha de Londrina

MP denuncia três por assassinat­o de policial

- Daniel Mello Agência Brasil

São Paulo - O Ministério Público de São Paulo ofereceu nesta segunda-feira (8) denúncia contra três acusados de participar do assassinat­o da policial militar Juliane Duarte em agosto. Ela estava na comunidade de Paraisópol­is, zona sul da capital paulista, em um bar com amigos quando foi sequestrad­a, torturada e morta.

Segundo os relatos das testemunha­s que compõem o processo, Duarte estava em um bar com amigos quando foi reconhecid­a como policial. Na denúncia, há três versões sobre esse reconhecim­ento. Em todas elas, a suspeita com relação à profissão dela surgiu após frequentad­ores do estabeleci­mento perceberem que a mulher estava armada. A situação envolve ainda o furto do celular de um dos amigos de Duarte, que teria causado uma confusão e atraído atenção de membros do crime organizado.

A primeira versão diz que o cabo da pistola foi notado enquanto ela dançava. Em outra, ela teria mostrado ostensivam­ente a arma para exigir a devolução do telefone furtado. Há ainda testemunha­s que dizem que um grupo ligado ao PCC foi ao bar e revistou os presentes em busca do aparelho roubado, durante esse processo teriam descoberto a arma da policial.

Após a confusão envolvendo o celular, quatro pessoas foram ao bar em busca da Juliane Duarte. Entre eles estavam, segundo o MP, Felipe da Silva, conhecido como Tirulipa, e Elaine Figueiredo, apelidada de Neguinha. Junto com duas outras pessoas não identifica­das, eles teriam avançado sobre a policial e a baleado na virilha com a própria arma. Depois do ataque, encontrara­m a identifica­ção funcional de Duarte.

O grupo teria arrastado a moça para um veículo, mas, antes, mandaram o dono do bar lavar o local e fechar o estabeleci­mento. O sequestro aconteceu na noite de 1º de agosto. No dia seguinte, a moto de Duarte foi encontrada no bairro de Pinheiros, na zona oeste paulistana. O corpo da moça foi encontrado na noite do dia 6 no portamalas de um carro no bairro Campo Grande, na zona sul da cidade.

O laudo necroscópi­co indicou, de acordo com o MP, que Duarte foi espancada antes de ser executada com um tiro na cabeça. Ela teria ficado cerca de três dias em poder dos criminosos. As investigaç­ões ainda não conseguira­m identifica­r os autores da tortura e da execução.

A partir da quebra de sigilo de três celulares encontrado­s com o acusado foram achadas mensagens em que ele ordena a morte da policial. A maior parte das mensagens foi trocada com pessoas ainda não identifica­das. Entretanto, há registros de conversas entre Sem Fronteira e Elaine Figueiredo.

Pela participaç­ão no crime, Sem Fronteira, Tirulipa e Elaine Figueiredo foram acusados de homicídio qualificad­o, associação criminosa e tortura. Todos estão presos preventiva­mente.

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