Folha de Londrina

Audiências públicas podem ajudar na solução para Sercomtel

Principais entidades de classe de Londrina defendem mudanÁa do controle acionário da empresa

- Aline Machado Parodi e Fábio Galiotto Reportagem Local Bortolin) (Com Nelson

Apossibili­dade de alteração da legislação que permite a modificaçã­o do controle acionário da Sercomtel preocupa a ex-vereadora Elza Correia e o deputado estadual Tercílio Turini, ambos do PPS, responsáve­is pela lei que determina que seja realizado plebiscito para qualquer alteração acionária na companhia. Na semana passada, a Anatel anunciou que deve iniciar nos próximos dias uma consulta pública da licitação das licenças da Sercomtel e, que a Prefeitura de Londrina se compromete­u a encaminhar um projeto de lei para permitir a modificaçã­o na legislação. “Não vejo isso com bons olhos. A Sercomtel é uma empresa importante que atrai outras empresas e é uma referência do ponto de vista do desenvolvi­mento de Londrina”, disse a ex-vereadora.

A Anatel cobra medidas urgentes para sanear as fi- nanças da operadora, que vive sua pior crise financeira. Em documento protocolad­o na agência reguladora pelos sócios (Município com 55% das ações e Copel, com 45%), também está expresso o compromiss­o deles com aportes financeiro­s para garantir o fluxo de caixa de 2018.

Correia afirmou que o governo municipal “tem que pensar melhor essa negociação”. Ela defende que um possível projeto de lei deve ser discutido em audiências públicas. “Não pode ser discutido só com os vereadores. A população tem que tomar partido. É um patrimônio público que não pode ser discutido de costas viradas para a população”, declarou.

O deputado Tercílio Turini afirmou que é complicado mudar a lei sem saber o que acontecerá com a empresa. “É preciso ter clareza porque existe a inseguranç­a para sabermos o que vai ocorrer com a empresa. Se tiver um caminho e disserem que é necessário mudar a lei, tudo bem. Estamos em um outro momento, mas é preciso que se indique qual é esse caminho”, comentou.

Para o presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Cláudio Tedeschi, é preciso encontrar uma solução que permita que a operadora seja autossufic­iente. “Precisamos de uma solução em que a empresa continue gerando emprego e pague os tributos na cidade, com equilíbrio financeiro.

Segundo ele, as oito principais entidades de classe de Londrina - Acil, Sociedade Rural do Paraná, Sinduscon, Sindimetal, Associação Médica, Clube de Engenharia, Secovi e Sescap - acompanham de perto a situação e defendem que a solução a médio e longo prazos é a mudança do controle acionário da empresa. “Uma possibilid­ade é passar o controle acionário para a Copel que tem mais poder de investimen­tos ou parte para a iniciativa privada. O importante é que seja uma empresa sadia”, disse Tedeschi. As entidades são contrárias a realização de plebiscito.

PLANO DE NEGÓCIOS

A diretoria da Sercomtel não quis comentar a decisão da Anatel. Em nota, nesta segunda-feira (8), o Núcleo de Comunicaçã­o da Prefeitura disse que o prefeito Marcelo Belinati “aguarda o agendament­o de uma visita de diretores de Copel a Londrina, para, junto com o acionista maior, o Município, apresentar­em uma solução técnica e de mercado para a Sercomtel para lideranças da cidade. O debate com toda comunidade foi aberto pelo prefeito há um ano, quando 400 pessoas comparecer­am ao evento de mobilizaçã­o em prol da empresa (com a presença do Fórum Desenvolve Londrina, que aglutina todas as forças produtivas, mais sindicato de trabalhado­res da área, vereadores e o Conselho de Acionistas, entre outras lideranças), e irá prosseguir”.

DÍVIDA

O último balanço publicado no site da empresa, referente a 2017, mostra passivos de R$ 66,640 milhões de curto prazo e de R$ 163,456 milhões de longo prazo, com vencimento em mais de 12 meses. O total oficial de dívidas da empresa, a maior parte com impostos e ações judiciais, é de R$ 230,094 milhões. Mas pode ser bem maior se considerad­os todos os processos movidos contra ela.

A receita bruta da Sercomtel no ano passado foi de R$ 285,593 milhões. O balanço mostra ainda prejuízos acumulados de R$ 179,637 milhões.

O importante é que seja uma empresa sadia"

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Pedro Oliveira/Alep Turini “É preciso ter clareza porque existe a inseguranç­a para sabermos o que vai ocorrer com a empresa”
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