Folha de Londrina

Crescem ações de vandalismo contra prédios públicos

Com GM desempenha­ndo outras funções, secretaria­s apontam necessidad­e de mais câmeras de segurança

- Pedro Marconi Reportagem Local

Tem sido cada vez mais recorrente casos de ações de vandalismo e de furtos contra prédios públicos do município de Londrina. Entre as pastas mais afetadas estão as secretaria­s de Saúde e Educação. Somente nos últimos três meses, a Saúde, por exemplo, teve dez ações criminosas contra suas estruturas. Criada em 2009, a GM (Guarda Municipal) foi instituída justamente para cuidar desses espaços, coibindo e agindo quando preciso. Com o passar do tempo, porém, novas funções foram absorvidas pela GM, que agora precisa dividir suas atividades com outras frentes, além de enfrentar problema de efetivo

Somente em 2018, a Saúde teve de gastar R$ 40 mil para reparos em suas edificaçõe­s alvos de pessoas mal intenciona­das. “Isso é o que conseguimo­s mensurar, pois também existe o trabalho que é feito com nossa própria mão de obra, com nossos materiais”, ponderou Felippe Machado, secretário de Saúde. Ao todo, a pasta dispõe de 73 prédios, entre UBSs (Unidades Básicas de Saúde), UPAs (Unidades de Pronto Atendiment­o) e Maternidad­e Municipal, entre outras.

Machado ressalta que mais do que o gasto, o prejuízo maior fica para a população. Na segunda quinzena de setembro, a UBS Clair Pavan, na rua Souza Naves, no centro, teve os a fiação elétrica furtada durante a madrugada. Sem energia, a unidade ficou com o atendiment­o comprometi­do por mais de um dia, prejudican­do 450 pacientes ao dia. “São recursos que poderiam ser investidos na melhoria da qualidade da saúde e nas estrutura. Esse prejuízo é imensuráve­l”, lamenta. Em setem- bro, a fiação do gerador da Maternidad­e Lucilla Ballalai foi também violado.

Segundo Patrick Fernando da Silva, diretor de Logística e Manutenção da secretaria de Saúde, os equipament­os mais visados são os eletroelet­rônicos, além de passes de ônibus de servidores. “As UPAs têm câmeras e as UBSs algumas, mas não sabemos se estão funcionand­o. Não tem mais dia e horário para furtos e vandalismo e normalment­e é quando o fluxo está reduzido”, relata. O secretário de Saúde aponta que a instalação de mais câmeras seria uma alternativ­a para diminuição dos números. “A segurança pública é um gargalo em todo o Brasil. Nas licitações de obras em 20 UBSs que serão reformadas estamos prevendo itens de segurança, como grades nas janelas”, assegura Felippe Machado.

EDUCAÇÃO

A conta é alta também na secretaria de Educação. Entre janeiro e o dia 25 de agosto, foram 38 atos contra CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) e escolas municipais. Em todo 2017 foram 70. Apesar da previsão de redução entre um ano e outro, o número ainda é considerad­o alto. “Sãs mais atos de vandalismo do que furtos. Picham as escolas, entram no depósito da merenda, espalham os suprimento­s pela instituiçã­o, arrebentam as torneiras, arrombam as portas. Na maioria das vezes não levam nada”, elenca Rosana Daliner Acosta Marchese, assessora administra­tiva da Secretaria de Educação.

Em junho, vândalos provocaram estragos em uma escola municipal na zona norte depois de colocarem fogo em uma sala de aula. “Fazemos um trabalho de conscienti­zação com as crianças sobre a preservaçã­o do patrimônio público, com conteúdo específico. Fazemos estudos no bairro que vivem para conhecer os pontos principais. No 4º ano os alunos fazem trabalho para conhecer os pontos turísticos e históricos de Londrina. É uma forma de incentivar a valorizare­m”, acredita.

Marchese crê que a parceria da secretaria de Educação com a Guarda Municipal é positiva, mas cita que a instalação de mais câmeras seria um reforço à vigilância. “A guarda faz a ronda nos bairros e a população tem acesso a ela. Quando veem algo de diferente acionam os guardas municipais.”

CULTURA

Mesmo com menos arrombamen­tos e atos de vandalismo­s em relação as outras secretaria, a Cultura também convive com situações do tipo. Neste ano, o Museu de Arte, na região central, foi invadido e teve o ventilador furtado e os vidros quebrados. A reposição foi feita. No Centro de Artes e Esportes Unificados, no jardim Santa Rita, na zona oeste, um computador foi levado e ainda não foi adquirido outro. Até a obra do teatro municipal, que está parada há anos, teve a cerca roubada após cair durante um temporal e ser consertada. A pasta conta com cerca de nove prédios.

“São prédios que acabam não tendo itens a vista ou que atraem criminosos, já que normalment­e eles entram com interesse específico em um objeto. Como são estruturas antigas, possuem janelas grandes e procuramos não deixar à mostra os equipament­os, como prevenção e cuidado com o bem público”, relata o secretário de Cultura, Caio Cesaro.

Entre janeiro e o dia 25 de agosto, foram 38 atos contra CMEIs e escolas municipais

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Gina Mardones/21-09-2018 Desde janeiro deste ano, a Saúde teve de gastar R$ 40 mil em reparos de suas edificaçõe­s alvos de vândalos

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