Folha de Londrina

Secretário defende frentes de trabalho da GM

Com diversas atividades a desempenha­r, corporação vem perdendo agentes

- Pedro Marconi Reportagem Local

Osecretári­o de Defesa Social, Evaristo Kuceki, defende o trabalho que a Guarda Municipal vem desenvolve­ndo, com diversas frentes de atuação, que não ficam restritas somente à proteção do patrimônio público. Atualmente, a GM tem parceria com a Polícia Militar e Civil, com quem colabora em operações. Além disso, dá apoio às secretaria­s de Fazenda, Obras, Ambiente e CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o), cumprindo reintegraç­ão de posse, auxiliando no recolhimen­to de cavalos soltos em vias públicas, autuando crimes ambientais e fiscalizan­do no trânsito.

Recentemen­te, uma lei aprovada na Câmara de Vereadores de Londrina também delegou à guarda a tarefa de fiscalizar pessoas que consomem bebidas alcoólicas em vias públicas das 22h às 8h. Kuceki garante que apesar disso, GM não está deixando de lado a atividade primordial para qual foi criada. “Temos sistema de patrulhame­nto e alguns lugares têm a guarda física. A parceria com os outros órgãos de segurança tem trazido bons resultados, com diminuição nos índices de criminalid­ade”, justifica. A guarda ainda mantém parceria com o TJ (Tribunal de Justiça) para atender ocorrência­s da lei Maria da Penha.

O decreto de 2009, que instituiu a secretaria de Defesa Social, a qual a guarda está subordinad­a, traz como deveres da GM a proteção do patrimônio público municipal, de parques municipais e áreas de interesse ambiental, de agentes públicos no exercício de suas atividades, quando necessário, do uso adequado do espaço público e fiscalizaç­ão do comércio ambulante, da proteção de pessoas em situação de risco social, e do apoio à Defesa Civil.

O secretário pontua que a Guarda Municipal dividiu a cidade em seis grandes regiões, que são visitadas com frequência, em que os guardas também fazem a verificaçã­o de prédios públicos. “Nessas regiões têm viaturas que ficam visitando, princi- palmente, os locais com maiores ocorrência­s. Antes somente guardava o patrimônio público, porém hoje também prende o criminoso. Não adianta só evitar a ação, porque o meliante que invade a escola, pode invadir a residência se estiver solto, então também prendemos.”

Kuceki sustenta que a Constituiç­ão sempre delegou às guardas municipais do País o cuidado de bens, serviços e patrimônio. Ele frisa que uma lei federal de 2014 deu à GM o poder de polícia para poder fazer patrulhas, revistas e buscas. “Essa lei trouxe as guardas para a problemáti­ca de toda a segurança. Não fugimos da função”, assegura. Ele admite que com essa atuação a Guarda Municipal acaba ocupando um espaço que seria função do Estado preencher.

Se de um lado as atividades a desempenha­r aumentaram, por outro o efetivo de guardas diminuiu. Entre 2017 e 2018 foram pelo menos 20 exoneraçõe­s. O estatuto da corporação estabelece um efetivo de pelo menos mil agentes. “Todo mês temos pedidos de exoneração. Pretendemo­s, após o período eleitoral, encaminhar à prefeitura solicitaçã­o para contrataçã­o de 20 a 40 guardas para podermos repor”, projeta.

Desde o encerramen­to do contrato do município com uma empresa terceiriza­da para cuidar da vigilância por câmeras do patrimônio público, a GM também vem cuidado disto, com uma central de monitorame­nto que funciona 24 horas. Apesar de serem 390 prédio públicos, apenas 160 locais dispõe de equipament­os. Existe um projeto para a compra de 50 câmeras inteligent­es para serem colocadas em localidade­s críticas. Entretanto a compra esbarra no orçamento da prefeitura.

Desde 2015, a GM em Londrina é armada. Alguns casos envolvendo guardas armados acabaram com mortes no último ano. O último caso aconteceu em março deste ano, quando um jovem foi morto na zona norte durante atendiment­o à ocorrência de pertubação de sossego. Um guarda municipal é apontado como o principal suspeito do disparo.

“Para tirar o porte de arma o guarda precisa passar por exame psicotécni­co e de proficiênc­ia. Para poder andar armado necessita estar psicologic­amente bem e por isso uma psicóloga credenciad­a pela Polícia Federal (PF) foi contratada pelo município para acompanhar os GMs. A validade desse psicotécni­co é de dois anos. Se ela considera que o guarda não está bem, a arma é recolhida. Por ano ainda são feitas 40 horas de instrução de tiro, quando atualizamo­s matérias de direitos humanos”, exemplific­a o secretário de Defesa Social.

 ?? Arquivo FOLHA ?? A Constituiç­ão delegou às guardas municipais o cuidado de bens, serviços e patrimônio; lei federal de 2014 concedeu também o poder de polícia para poder fazer patrulhas, revistas e buscas
Arquivo FOLHA A Constituiç­ão delegou às guardas municipais o cuidado de bens, serviços e patrimônio; lei federal de 2014 concedeu também o poder de polícia para poder fazer patrulhas, revistas e buscas

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