Fazer o bem, que mal tem?
O corpo franzino, as mãos com as marcas de quem muito trabalhou nesta vida e a avançada idade não são empecilhos para José Guilhen Gomes, 92, cuidar das árvores, flores e plantas que vê pelas vias públicas da cidade. Não importa se é em frente ao prédio onde mora, no centro de Londrina, ou em um bairro distante, ele está sempre disposto a dar sua contribuição. “Onde vejo planta seca ou com falta de cuidado procuro fazer algo para melhorar a situação dela. Podo o que consigo, arranco o mato que está começando a nascer com a mão mesmo. Gosto de cuidar da cidade e fazer tudo que posso para deixa o nosso redor bom”, acrescenta com um sorriso no rosto. Segundo José Gomes, aqueles que costumam passar pelo Colégio Estadual Hugo Simas rotineiramente o conhecem pelo tanto que trabalha pelas árvores do quarteirão. O aposentado acredita que ainda falta uma preocupação maior por parte da população e do
poder público em relação a Londrina.
Quem transita pelo jardim Morumbi, na zona leste de Londrina, e encontra espaços bem preservados, com um colorido diferente por conta das pinturas e flores, não imagina que há um ano a realidade era bem diferente. A transformação teve início em março de 2017 pela iniciativa do comerciante Gelson Alcântara. Cansado do matagal que tomava conta do centro comunitário do bairro e da praça em frente da Associação de Moradores, decidiu organizar um mutirão de limpeza. “A ideia era mobilizar a comunidade para todo o último sábado do mês fazer mutirão. Só que ao invés de aparecer todos, não veio ninguém. Só eu e uma vizinha fizemos esse mutirão”, recorda. A pouca adesão dos moradores não desanimou Alcântara, que sozinho deu continuidade à ideia e mesmo sem ajuda, a recuperação das estruturas saiu.