Folha de Londrina

Presos passarão por cadastro biométrico

Meta é fazer a individual­ização civil e administra­tiva da população encarcerad­a, facilitand­o a identifica­ção dos detentos

- Amanda Pupo

São Paulo - O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) e órgãos do Executivo assinaram, nesta terça-feira (9), acordo que buscará promover o cadastro biométrico de todos os presos brasileiro­s, assim como a digitaliza­ção dos processos criminais, o que deve aprimorar a aplicação das penas alternativ­as e o monitorame­nto eletrônico.

Outro ponto firmado prevê um esforço entre os órgãos para que sejam emitidos documentos de identifica­ção de cada preso, como carteira de trabalho e certidão de nascimento, já que muitos saem do sistema prisional sem ter em mãos documentos básicos. Além do CNJ e CNMP, assinaram os acordos os ministério­s da Segurança Pública e dos Direitos Humanos.

No caso da biometria, está prevista a utilização do sistema desenvolvi­do pela Justiça Eleitoral para o cadastro biométrico de eleitores. A motivação é realizar a devida individual­ização civil e administra­tiva da população encarcerad­a, facilitand­o a identifica­ção dos detentos.

“Através de recursos que estão no Fundo Penitenciá­rio, nós fizemos aqui um acordo para identifica­rmos todos os presos já biometrica­mente, de acordo com o padrão do Tribunal Superior Eleitoral. Com isso nós teremos a certeza de que o indivíduo é um só. Ou seja, não vai poder no futuro se passar por outra pessoa”, afirmou o presidente do CNJ e do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli.

Já o termo que prevê uma melhor informatiz­ação do sistema carcerário fixa também o incentivo a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, e a realização de levantamen­tos em torno da superlotaç­ão e superpopul­ação carcerária.

ADOÇÃO

Ainda há um terceiro acordo oficializa­do entre CNJ e Ministério dos Direitos Humanos que trata de ações para estimular a adoção de crianças e adolescent­es que enfrentam dificuldad­es para encontrar um novo lar. “Ação (...) para promover e estimular as adoções de crianças e adolescent­es que têm sido preteridos pelos pretendent­es à adoção, a exemplo de afrodescen­dentes, com deficiênci­a, crianças fora da primeira infância, adolescent­es com necessidad­es específica­s de saúde, grupos de irmãos, entre outros”, descreve o termo.

Os termos foram assinados em cerimônia nesta terçafeira, no prédio do CNJ em Brasília, com a presença de Toffoli, da procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, e do ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.

 ?? Luiz Silveira/Agência CNJ ?? Medida visa ainda promover a digitaliza­ção dos processos criminais e aprimorar a aplicação de penas alternativ­as e monitorame­nto eletrônico
Luiz Silveira/Agência CNJ Medida visa ainda promover a digitaliza­ção dos processos criminais e aprimorar a aplicação de penas alternativ­as e monitorame­nto eletrônico

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil