Folha de Londrina

Atlético-PR deve ser denunciado por ato político

- Folhapress

-Amanifesta­ção política do AtléticoPR no jogo contra o AméricaMG no último sábado (6), véspera do primeiro turno das eleições, pode render punição em multa e suspensão de dirigentes por desrespeit­o ao RGC (Regulament­o Geral de Competiçõe­s) da CBF. A informação foi confirmada pelo procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Felipe Bevilacqua, que está à frente do caso.

Entretanto, a despeito da mensagem política, é o ato, e não a mensagem em si, que pode render punição ao Atlético. “Não existe em nenhum lugar a vedação expressa desse caso. Existe uma situação protocolar do RGC que a CBF tem uma regulament­ação de uniforme. Tudo o que o clube faça de indumentár­ia que não faça parte do uniforme precisa ser protocolad­o e aprovado. O que eventualme­nte usar em campo antes, no momento e logo em seguida, precisa ser aprovado”, explicou Bevilacqua.

A CBF confirmou que o Atlético solicitou o uso da mensagem no estádio e nas camisas fora do prazo legal de 48 horas antes de cada jogo, e que reprovou o pedido por isso. Mesmo com a negativa da entidade, o Atlético decidiu fazer a ação. “Se não houve autorizaçã­o, vai haver denúncia, não pela manifestaç­ão em si, mas sim pelo desrespeit­o ao regulament­o”, confirmou o procurador.

Questionad­o sobre as restrições da Fifa sobre as manifestaç­ões políticas no futebol, o procurador esclareceu que elas se referem especifica­mente aos atos dos atletas. “O artigo 4 é muito específico para camisa embaixo do uniforme, uso dos atletas. Seria forçar algo, até porque está claro que partiu do clube e não dos atletas”, comentou. Todos os jogadores do Atlético entraram em campo com uma camisa amarela escrita “Todos Juntos por Amor ao Brasil”, mensagem que vem sendo utilizada por membros da campanha do presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL).

A exceção foi o zagueiro Paulo André, que vestiu o agasalho do clube por sobre a camisa. O atacante Marcelo Cirino, que recentemen­te se manifestou em seu perfil no Instagram à favor da campanha #EleNão, com uma mensagem dizendo “Se fere minha existência, serei resistênci­a”, acabou vestindo a camisa.

No clube, a informação é de que o ato seria apartidári­o, com origem no departamen­to de marketing, e que não houve coação para que os atletas usassem a camisa, que estava junto com o uniforme de jogo nos vestiários.

Em seu perfil no Facebook, o presidente do Conselho Deliberati­vo do Atlético, Mario Celso Petraglia, usou a frase para declarar seu apoio a Bolsonaro. O STJD também irá investigar se cabe punição ao dirigente.

Clube pode ser punido com multa e suspensão de dirigentes

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