Folha de Londrina

Indústria cresce 0,7% no Paraná em agosto; acumulado é de 2,5%

Na média nacional, houve recuo de 0,3% no mês e expansão também de 2,5% no ano

- Nelson Bortolin Reportagem Local (Com Agência Estado)

A produção industrial recuou em seis dos 15 locais pesquisado­s na passagem de julho para agosto, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados nesta terça-feira

(9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

No Paraná, houve leve cresciment­o de 0,7% - sétima melhor posição no País.

O Estado de São Paulo, maior parque industrial, registrou um recuo de 0,9%. As demais quedas ocorreram no Amazonas (-5,3%), Pará (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%), Santa Catarina (-0,7%) e Rio de Janeiro (-0,3%).

Na direção oposta, Mato Grosso (3,0%), Bahia (2,7%) e Pernambuco (2,6%) apresentar­am os avanços mais acentuados. Os demais cresciment­os foram registrado­s no Ceará (1,5%), Região Nordeste (1,5%), Rio Grande do Sul (0,8%), Minas Gerais (0,5%) e Goiás (0,2%).

Na média global, a indústria nacional encolheu 0,3% em agosto ante julho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve expansão de 2%. No acumulado do ano (janeiro a agosto), há aumento de 2,5%, e nos últimos 12 meses, de 3,1%.

SÓ PARANÁ

Especifica­mente no Paraná, a produção cresceu 6,5% na comparação com agosto do ano passado. No acumulado do ano (janeiro a agosto) são 2,5% de aumento e, nos últimos 12 meses, 3%. Por atividade industrial, chama atenção o recuo de 3,14% nos produtos alimentíci­os em agosto perante o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a retração é de 1,91%.

Também destaca-se o aumento de 4,45% da produção de derivados de petróleo e biocombust­íveis em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, a atividade cresceu 1,49%. Outro segmento da indústria paranaense que chama atenção pelo cresciment­o é a de veículos automotore­s, reboques e carroceira­s. Cresceu 3,64% em agosto contra agosto de 2017, e 2,41% de janeiro a agosto.

O economista da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Roberto Zurcher, afirma que problemas fitossanit­ários na exportação de carnes foram os motivos para a retração da indústria alimentíci­a em agosto. Houve corte de importaçõe­s de alguns países compradore­s, ainda reflexo da Operação Carne Fraca, do ano passado.

Zurcher acredita que na próximo divulgação do IBGE, o setor alimentíci­o vai apresentar expansão. “Em setembro houve recorde de exportação de aves”, conta. Na visão do economista, ainda há reflexo da greve dos caminhonei­ros realizada em maio.

Outro motivo que teria colaborado com a queda do setor é que há ainda muita soja armazenada no Estado, o que atrasa o processame­nto dos grãos.

Para o representa­nte da Fiep, o cresciment­o dos produtos derivados de petróleo e biocombust­íveis é sazonal e está relacionad­o com a safra de cana-de-açúcar.

Quando à produção de veículos, a expansão é explicada pelo aqueciment­o do mercado interno devido a promoções realizadas pelas concession­árias. Mas, no próximo mês, pode haver retração por causa do aprofundam­ento da crise na Argentina, maior compradora dos carros produzidos no Paraná.

TRIGO

Para o presidente do Sinditrigo (Sindicato da Indústria do Trigo no Estado do Paraná), Daniel de Azevedo Kümmel, o encolhimen­to da indústria da alimentaçã­o no Paraná ainda pode ser reflexo da greve dos caminhonei­ros. “O ano começou ruim, com retração de 15%, depois melhorou e veio a greve”, recorda.

Na indústria de trigo, ele acredita que 2018 vai apresentar um resultado parecido com o do ano passado.

No Paraná, a produção cresceu 6,5% na comparação com agosto do ano passado

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