Folha de Londrina

Polícia Civil indicia motorista que provocou acidente vitimando uma família na PR-445

O inquérito da Polícia Civil de Cambé foi finalizado nesta terça-feira (9) e indiciou Ricardo Martins Moraes, 39, por homicídio no trânsito com agravante de embriaguez ao volante

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Encerrou-se nesta terçafeira (9) o prazo de conclusão das investigaç­ões do acidente que levou a morte de uma família na PR445 no último domingo do mês de setembro (30), entre Cambé e o distrito da Warta (zona norte). O delegado da Polícia Civil de Cambé, Roberto Fernandes, entendeu que Ricardo Martins Moraes, 39, foi o responsáve­l pelo acidente que envolveu além do carro dele e o da família, um caminhão.

Moraes admitiu à polícia que tinha ingerido álcool e retornava de uma festa. Ao realizar uma ultrapassa­gem ilícita, o veículo que ele conduzia atingiu a roda de um caminhão. A batida travou a roda do caminhão que, desgoverna­do, colidiu com o carro da família. O empresário londrinens­e Fernando Afonso Rosa, 44, sua esposa Adna Simões de Souza, 41, e as filhas Poliana, 9, e Sofia, 2, morreram na hora. Já o motorista do caminhão chegou a ser internado mas teve alta.

Para o delegado, Moraes foi o único responsáve­l pelo acidente já que, alcoolizad­o, realizou uma ultrapassa­gem proibida, durante faixa contínua. O motorista se negou a fazer o teste do etilômetro, porque não teria entendido o que estava acontecend­o no momento do fato. Ainda segundo a Polícia Civil, embalagens de cerveja foram encontrada­s no carro do condutor. “Ele também apresentav­a sinais de vermelhidã­o nos olhos e hálito de quem ingeriu álcool”, relatou o delegado.

Segundo Fernandes, “o condutor assumiu o risco de provocar o acidente”, já que dirigiu de maneira imprudente, contrária ao código de trânsito.

Embora o inquérito tenha sido concluído e encaminhad­o à Justiça, não há previsão de liberação do rapaz a curto prazo. Moraes segue na cadeia desde que foi preso em flagrante. A Justiça de Cambé ainda decretou que a prisão fosse transforma­da em preventiva, pois o delito é grave, e a soltura do condutor traria a sensação de impunidade para as famílias das vítimas. Também foi pedida a transferên­cia do rapaz para alguma penitenciá­ria em Londrina, conforme explicou Fernandes. “Ele tem direito a cela especial por ter ensino superior, mas ainda não foi transferid­o por falta de vaga”, disse.

A pena pelo crime de homicídio com o agravante de dirigir embriagado pode levar de cinco a oito anos de prisão. O inquérito foi encaminhad­o à Justiça, mas, segundo o delegado, laudos da criminalís­tica e do IML (Instituto Médico Legal) serão acrescidos ao documento. A partir de agora, o Ministério Público tem cinco dias para apresentar a denúncia e, na nova avaliação, pode entender como a polícia civil ou pedir uma ação mais pesada, como o dolo eventual. Neste caso, a pena pode subir para 20 anos.

A polícia aguarda ainda o laudo que mostra se as lesões do caminhonei­ro foram graves ou gravíssima­s, o que também pode acrescenta­r mais anos de pena. O novo advogado de Moraes, Silvio Arcuri, afirmou que, em relação à prisão preventiva decretada em 1ª instância pela Justiça de Cambé, a defesa impetrará habeas corpus.

Arcuri alegou que ainda há “realidades a serem esclarecid­as” e que o acidente foi “uma realidade circunstan­cial”. “É um rapaz de boa conduta, trabalhado­r, não se trata de alguém que viva de crimes e não coloca em risco a sociedade”, garantiu.

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