Folha de Londrina

Arte e fé

Acervo da sala de exposição de longa duração conta com cerca de 100 peças desde objetos doados por famílias de pioneiros, maquetes, entre outros

- Francismar Lemes Especial para a FOLHA

Neste dia 12 de outubro o Brasil celebra sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Em Apucarana, os devotos podem encontrar um dos maiores acervos iconográfi­cos de Maria, representa­da em suas diversas graças em milhares de imagens de diferentes escolas artísticas e períodos. Figuras trazem representa­ções da santa de diversas partes do planeta, com caracterís­ticas africanas, asiáticas ou indígenas

Entre o passado e o futuro existe o tempo da memória presente em coleções, como as do Museu Histórico de Cambé. O acervo de fotos, filmes, numismátic­a, peças arqueológi­cas e objetos contam a história de povos que habitavam a região, antes dos colonizado­res chegarem e dos pioneiros moradores da cidade.

O museu está instalado no prédio do Centro Cultural de Cambé, espaço que também merece ser visitado, oferecendo oficinas de artes visuais e danças urbanas, entre outras.

Em comemoraçã­o ao aniversári­o da cidade, até o dia 26 de outubro, o centro apresenta a exposição “Memórias Pictóricas”, com obras do artista plástico Osmar Delgado. Ele nasceu e passou a infância e adolescênc­ia em Cambé, registrand­o as lembranças nas suas telas.

Já o museu proporcion­a aos visitantes uma viagem ao passado por meio dos objetos expostos na sala da mostra de longa duração e outra de peças arqueológi­cas.

“É uma viagem histórica pelos caminhos de Cambé em que, principalm­ente, as crianças descobrem como o município se formou e também aprendem um pouco sobre o desenvolvi­mento da tecnologia, como as coisas eram no passado e como evoluíram ao longo do tempo”, ressalta Eduardo Pavinato, do setor administra­tivo do museu.

O museu foi criado, em 1985, para resgatar a história de Cambé, município formado pelas 10 primeiras famílias que vieram de Dantzig, na Alemanha, à região por intermédio da Companhia de Terras Norte do Paraná. A origem dos primeiros moradores inspirou primeiro nome da cidade, Nova Dantzig.

Entre as coleções do museu estão 1 mil fotografia­s e 4 mil negativos, alguns em chapa de vidro, do fotógrafo Arthur Eidam. O pioneiro fotógrafo chegou à região, quando ainda era um povoado de apenas 8 mil habitantes.

Registrou cenas do cotidiano, procissões religiosas, festas, visitas de personalid­ades à cidade, entre outras. “São imagens que mostram como a cidade foi se desenvolve­ndo ao longo dos anos”, destaca Pavinato.

Cem títulos de filmes produzidos por Renato Melito, nas décadas de 1940 e 1950, também contam em imagens a história do município.

A mostra na sala de exposição permanente conta com cerca de 100 peças, como a famosa sanfona de João Peres Navarro. “Conta-se que todos na família do pioneiro queriam ficar com a sanfona italiana. A esposa dele, Emília, decidiu doar ao museu e disse aos familiares, que não precisavam brigar porque poderiam vê-la, quando quisessem. Só que no museu”, conta Pavinato.

Os objetos de um dos primeiros prefeitos e primeiro deputado estadual de Cambé, o médico José dos Santos Rocha, ajudam a contar um pouco da história da medicina na região. A maquete da casa da Família Tkotz é outro destaque entre os objetos expostos. Pedro Tkotz nasceu em 1887, na cidade de Koenigshue­tte, na Alta Sibéria, Alemanha.

Na sala arqueológi­ca, o visitante poderá ver artefatos e utensílios feitos por populações que já habitavam a região, antes dos colonizado­res. Algumas peças foram encontrada­s onde seria a Redução Jesuítica San Joseph, que se formou em 1625 e foi destruída em 1931. Era uma espécie de entreposto entre a redução de Francisco Xavier à beira do Rio Tibagi e San Ignacio de Loerto, à margem do Rio Paranapane­ma. Foi fundada pelos padres Antonio Ruiz de Montoya e Simon Mascetta.

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Saulo Ohara O acervo de fotos, filmes, numismátic­a, peças arqueológi­cas e objetos contam a história dos povos que habitavam a região antes dos colonizado­res

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