MÚSICA -
Revelação do cenário musical londrinense, Lucas Roberto, 21, lança seu novo clipe “New Rules”, versão do grupo Pentatonix. O jovem cantor que só se arriscava dentro do próprio quarto foi descoberto há poucos meses. Ele apresenta seu som, um groove com mistura de várias influências, no Bar Valentino, neste domingo, às 20h30
Quem viu recentemente vídeos do jovem cantor londrinense Lucas Roberto circulando pelas redes sociais, à primeira vista, talvez não tenha acreditado que tudo fosse verdade. Além de um primoroso beat box - técnica de sons de percussão com a boca - ele executa com maestria variações de vozes que vão do agudo ao grave com a mesma qualidade. Sem quase nenhum tipo de pósprodução, apenas junção das linhas sonoras, o primeiro clipe dele “Problem”, lançado em julho, é de tirar qualquer um do prumo. Neste vídeo, no qual não há instrumentos, a interpretação da música da cantora pop norte-americana Ariana Grande, acompanhada da rapper Iggy Azalea, ganhou uma nova versão, sendo dele todas as vozes gravadas a cappella e a batida que dá o ritmo, inserida numa linguagem bem urbana.
O talento, contudo, estava escondido. Há apenas alguns meses, Lucas Roberto Vicente era um jovem que gostava de cantar no quarto e muito raramente em reuniões de família. Poucos sabiam de seu dom, com exceção de amigos próximos e dos pais, que cantaram por anos em um coral de igreja. Ele, inclusive, cantou também quando criança. Porém, sua vida começou a mudar nos últimos três meses e, com apenas 21 anos de idade, já é considerado como uma das grandes revelações e descobertas do ano no cenário musical da cidade, principalmente no seu estilo, uma mistura de groove com diversas influências. E apesar de nunca ter trabalhado antes no ramo, já demonstra estar à vontade e ter habilidade de profissionais com anos de estrada, seja no palco ou no estúdio de seu produtor e pianista Fabrício Martins, responsável por essa reviravolta.
De sorriso largo, que chama à atenção antes de cantar, Lucas Roberto aprendeu tudo o que faz sozinho assistindo a tutoriais de técnicas vocais e grupos na internet em seu quarto. “Depois que acabei o Ensino Médio, não sabia muito o que iria seguir na vida como profissão, quase entrei em depressão. Como eu sempre tive esse afinidade com música e facilidade para cantar, comecei a estudar vídeos de grupos que eu gostava”, conta. Na imensidão de opções, se encantou com o trabalho realizado pelo grupo Pentatonix, que executa canções a cappella a cinco vozes. “Percebi que eu tinha algo diferente em conseguir reproduzir todas as linhas harmônicas do grupo. Gravei uma a uma, mais o beat box, e vi que deu certo. Daí em diante, segui a ideia de gravar os ‘backing vocals’ e percussão de outras músicas que gostava. Mas não mostrava para ninguém.”
Com o tempo, a insegurança perdia espaço para a certeza de que era esse o caminho que queria trilhar. “Quando, enfim, tive coragem de mostrar meu trabalho, publiquei alguns vídeos na minha página pessoal. Muita gente elogiou e compartilhou. Isso me deu confiança de que estava fazendo algo diferente e bom. Neste instante, assumi para mim mesmo que seria artista”, diz. Mesmo com a facilidade vocal, os estudos solitários continuaram, principalmente para aprimorar as técnicas. “Gosto de treinar o que ouço e fazer do meu jeito. Hoje é tudo muito natural e intuitivo, pois treinei muito para conseguir ter uma extensão vocal bem ampla”, conta o jovem, que nunca estudou em escola de música ou tocou instrumentos; o único contato foi o coral infantil da igreja que seus pais também cantavam.
A DESCOBERTA
Uma amiga de Lucas Roberto, que também é cantora revelação da nova geração londrinense, Giovanna Rodrigues, mostrou um dos vídeos ao produtor e pianista Fabrício Martins. “Na hora eu já fiquei impressionado com a qualidade vocal dele. Pedi para conhecê-lo e no nosso primeiro encontro vi que era ainda melhor com o que ele me apresentou. Já na primeira gravação era nítido o potencial e diferencial”, conta o produtor, destacando que, no processo de pós-produção, não houve necessidade de praticamente nenhum retoque. Não demorou e veio a ideia de gravar o primeiro clipe com roteiro e captação da produtora I Have A Dream Music. “Conseguimos realizar um trabalho de áudio e vídeo que não fica atrás de grandes produções”, completa.
O grande desafio, talvez, seria com a montagem de um show com arranjos exclusivos. Foi, mas também não foi, porque, em apenas um mês, fizeram a seleção de várias músicas para a apresentação que aconteceu no mês passado. A sintonia fluiu e o resultado aconteceu. Outro fato curioso é que, já não bastasse o fato de ter aprendido tudo sozinho, o jovem nunca havia visto sequer um show ao vivo, somente pela televisão e computador. “Foi uma mistura de sensações e de alegrias, porque a primeira vez que subi num palco era o primeiro show que eu assistiria. Foi muito emocionante. Agora tenha a certeza de que é isso quero para minha vida. Tem sido tudo mágico e estou vivendo intensamente e aproveitando todas as oportunidades”, diz Lucas Roberto.