Justiça Eleitoral determina auditoria em urnas no Paraná
Averiguação será feita em quatro seções localizadas em Curitiba e Campo Largo, onde eleitores narraram que o voto era encerrado após a digitação de dois números para presidente
São Paulo - A pedido do PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro, a Justiça Eleitoral do Paraná determinou na quinta-feira (11) a realização de uma auditoria em urnas de quatro seções eleitorais do Estado.
O objetivo é verificar o funcionamento das urnas usadas no primeiro turno das eleições, que foram alvo de reclamações de eleitores no dia da votação.
Nas quatro seções, que ficam nas cidades de Curitiba e Campo Largo, os eleitores narraram que o voto era encerrado imediatamente após a digitação dos dois números para presidente, sem que pressionassem a tecla “confirma”. As reclamações foram registradas em ata.
Na decisão que determinou a auditoria, o desembargador Gilberto Ferreira, corregedor eleitoral do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, destacou que já são realizadas ações de fiscalização e segurança nas urnas, como auditorias monitoradas, cerimônias públicas de geração de dados, entre outras.
Ferreira, porém, considerou que o TRE tem “o dever de processar e apurar todas as denúncias de irregularidades que possam macular o processo eleitoral, não só para punir eventuais infratores, como para corrigir e aprimorar o sistema para os próximos pleitos eleitorais”.
A auditoria será realizada na semana que vem, a partir do dia 19, com a presença de representantes do Ministério Público Eleitoral, OAB, Polícia Federal e imprensa. Uma audiência pública foi marcada para o dia 18.
Em nota nesta semana, o TRE informou que, em todas as seções em que houve reclamação, os votos dos eleitores presentes foram computados na íntegra, como demonstram os boletins de urna (uma espécie de extrato dos votos registrados).
“Todas as urnas eletrônicas foram submetidas a rigoroso controle e testes de segurança, não havendo risco da existência de fraude na votação”, informou o órgão.
Reclamações semelhantes também foram registradas em outros Estados, como São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Em todos os Estados, a Justiça Eleitoral destacou que o sistema é seguro e auditável, que as denúncias sobre fraudes eram infundadas e que qualquer intercorrência seria detectável.
ARMA
Um eleitor que usou uma arma para apertar os botões da urna eletrônica, num vídeo divulgado nas redes sociais, foi identificado pela Polícia Federal e irá responder por quebra de sigilo do voto.
Maykon Santana Aníbal, 26, é morador de Cornélio Procópio, no Norte do Paraná. Ele prestou depoimento à PF na quarta-feira (10) e foi liberado em seguida. A arma, apreendida pelos policiais, é de brinquedo.
No vídeo divulgado nas redes, ele aperta o número 17, de Jair Bolsonaro (PSL), com o cano da arma. Em entrevista à RPC TV, Aníbal disse que fez uma “brincadeira” e que se arrependeu.
“Foi uma brincadeira que eu fiz na hora ali, sem pensar, e acabou resultando nesse problema. Nunca mais. É errando que se aprende. Um minuto de bobeira acaba prejudicando a vida inteira”, declarou.
Outros dois eleitores, de Sergipe e São Paulo, também são investigados pela PF por terem postado fotos de seus votos, com uma arma em cima da urna.
Nesse caso, eles podem responder por incitação ao crime, já que as postagens foram acompanhadas de mensagens que incitavam a violência, segundo a PF.
A auditoria será realizada na semana que vem, a partir do dia 19
Todas as urnas eletrônicas foram submetidas a rigoroso controle”