Crianças em festa de Norte a Sul
No dia 12 de outubro as crianças puderam festejar sua data comemorativa de Norte a Sul de Londrina. No Jardim União da Vitória 1 (zona sul) a empregada doméstica aposentada Joanita Lopes da Silva, 56 anos, realizou pela 26ª vez a festa do Dia das Crianças em seu bairro. Na zona norte foram realizadas duas festas. Uma foi organizada pelo comerciante João Francisco de Aguiar, o “João Bala”, de 66 anos, no Jardim Primavera , e a outra no residencial Vista Bela, organizada pela Associação Feminina Hora de Viver.
Por conta da crise, todos os organizadores relataram dificuldades na organização da festa, já que dependem de doadores para adquirir os alimentos, comprar os brinquedos e alugar as camas elásticas, piscina de bolinhas, entre outras atrações para a criançada. Na festa do União da Vitória não teve distribuição de brinquedos como ocorre todos os anos. O que Joanita Silva pôde fazer foi adquirir doces, refrigerantes e sanduíches. Como a festa é tradicional no bairro, todo dia 12 de outubro as pessoas já sabem que podem se dirigir à casa de Silva onde encontrarão vários amigos. Em seu auge ao longo dos anos a festa chegou a reunir 500 crianças, sem contar os pais, no entanto a festa desse ano reuniu pouco mais de 100 pessoas. “Mas considero uma vitória ter conseguido realizar mais uma vez”, declarou Silva.
O diácono Clóvis Alves dos Santos, 40, participa da festa há três anos na companhia dos filhos Marcos (5), Emanuelle (2) e Erick (13). “Eu fico feliz ao ver as crianças sorrindo. É uma data que ele ficam esperando porque todo mundo sabe que sempre tem essa festa.” Seu filho Erick diz não se importar que neste ano não tenha sido realizada a distribuição de brinquedos. “Não tem importância. O mais legal dessa festa é que a gente encontra pessoas que faz tempo que você não vê. O brinquedo não faz falta”, declarou.
No jardim Primavera o comerciante João Francisco de Aguiar ressaltou que este ano teve de desembolsar recursos do próprio bolso porque não conseguiu doadores suficientes para custear todas as despesas. Este ano ele também não realizou a distribuição de brinquedos, como ele realizou nos outros anos. Mesmo assim ele classificou a festa como “a coisa mais linda do mundo”. “Tinham cerca de 500 pessoas, das quais 400 eram crianças. Teve pipoca, algodão doce, refrigerante. Consegui um monte de coisa para a criançada. Embora este ano não tenha sido realizada a distribuição de brinquedos, consegui balas e pirulitos. Mesmo sem os brinquedos tirei dinheiro do bolso para comprar os doces, senão ia faltar”, declarou. Ele ressaltou que pediu doações, mas este ano foi muito difícil conseguir recursos. “Comprei também pipoca, ganhei carne moída, a vizinha fez o pão e deu para fazer a festa. Graças a Deus conseguimos”, disse aliviado.
No residencial Vista Bela, a Associação Feminina Hora de Viver também fez uma grande festa. A babá desempregada Sandra Maria de Souza, 50, disse que é a sétima edição que essa festa é realizada. A festa teve oito horas de duração e também contou com equipamentos de futebol de sabão, duas camas elásticas, escorregador e castelo infláveis e piscina de bolinhas. “Criei a festa porque estava em depressão, porque fui diagnosticada com Lúpus (doença autoimune). Ver as crianças felizes me anima”, declarou. Uma das participantes da festa foi a dona de casa Vitória de Souza, que destacou que ao ver as crianças se divertindo se alegra também. “É um dia de bênção. É como se fossem anjos se divertindo”, declarou.