16º Festival de Dança de Londrina chega ao fim trazendo a beleza das danças populares nacionais e a plasticidade de um grupo suíço
Aprogramação do 16º Festival de D ança de Londrina chega ao fim promovendo grandes espetáculos na cidade. Os últimos passos desta edição serão dados pelos bailarinos do grupo suíço Cia Alias, que fazem na cidade a estreia nacional da turnê “Antes”. O espetáculo seráapresentado no domingo (14), às 20 horas, no Teatro Ouro Verde.
Na montagem, o coreógrafo Guilherme Botelho, paulista radicado hámais de duas décadas na Suíça, traz uma reflexão sobre a história da humanidade, sobre o destino individual e coletivo. Com grande plasticidade, o espetáculo se constrói como uma espécie de afresco, que vai da anatomia dos corpos à abstração. Pois esta é justamente a função do coreógrafo: revelar o desconhecido que está velado no familiar, apresentar o invólucro humano como um território, entender a nudez como uma experiência capaz de nos levar ao conhecimento.
A coreografia se apresenta como paisagem: os corpos, imantados de energia, são um conglomerado de átomos, uma massa demúsculos e carne, tendõ es e ligamentos, uma floresta de ‘homo sapiens’ com os pés enraizados no solo. D esta organicidade comum, assistimos ao isolamento de cada um, em busca do seu espaço vital próprio. A montagem da Cia Alias é parte da trilogia “D istância”, sobre a história da humanidade, e traz uma abordagem sobre a natureza humana antes do devir social.
DANÇADAPLANTADO PÉ
No sábado (13), a grande atração da noite é a coreógrafa e bailarina paulista Maria Eugenia Almeida, que apresenta às 20 horas, no Teatro Ouro Verde, “Planta do pé”, um misto de contação de história e aula expositiva que propõ e uma reflexão sobre o legado oferecido pelas danças tradicionais brasileiras. O encerramento do evento fica por conta do grupo suíço Cia Alias, que apresenta a estreia brasileira da turnê “Antes” no palco dom Teatro Ouro Verde, no domingo (14), às 20 horas.
O espetáculo “Planta do Pé” traduz em seu nome uma ambiguidade vivenciada pela dançarina Maria Eugenia Almeida, de São Paulo. Filha do mestre Antonio Nóbrega - que assina a trilha da montagem - a bailarina funde a nobre beleza dos movimentos populares com referências artísticas contemporâneas. Enquanto o título faz alusão à relação de conexão do corpo com o solo, os passos das danças como caboclinho, cavalo marinho e frevo têm como característica marcante a agilidade, o uso do peso e a graciosidade com que os pés se conectam à terra.
Criado em 2014, a convite da Instituição Passo do Frevo para integrar a programação da Mostra Internacional de D ança de Recife, “Planta do Pé” simboliza uma pesquisa que ramificou dos estudos iniciados pelos pais da bailarina. Pesquisadores e artistas, Antonio Nóbrega e Rosane Almeida desenvolvem um trabalho a partir do universo das tradiçõ es populares brasileiras que Maria Eugenia acompanha desde os 7 anos. Após as viagens entre Europa e Índia realizadas em 2012 e 2013, ela organizou para esse trabalho seu repertório cênico desenvolvido desde 2007 e uniu a ele novas pesquisas, fruto das técnicas absorvidas em viagem.
Para fechar bem o sábado, nada melhor que um ponto de encontro ao ritmo mais brasileiro. A partir das 21 horas, o Bando da Madrugada apresenta o “Samba da Madrugada - Esse samba é pra vocês”. O evento que acontece na Rua Paraíba, 574 - endereço escolhido como ponto de encontro do Festival - prestaránesta edição uma homenagem ao grupo ‘Fundo de Quintal’. A bateria do Bando, com o vocal de Luiza Braga, vai executar sucessos
SERVIÇO
do grupo originado no Cacique de Ramos e outros noite adentro.