Folha de Londrina

Status gerará mais avanços na cadeia de suínos

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Aobtenção do status de área livre da aftosa sem vacinação junto à OIE (Organizaçã­o Mundial de Saúde Animal) permitirá ao Paraná o acesso ao mercado comprador de carne suína de 102 países, segundo a Adapar (Agência de Defesa Agropecuár­ia do Paraná). Alguns deles estão também entre os principais consumidor­es e são os que pagam melhor por esse tipo de proteína, como Estados Unidos, União Europeia, Japão e Coreia do Sul. Com isso, a expectativ­a no Estado é a alavancage­m como um todo do setor produtivo.

O presidente da APS (Associação Paranaense de Suinoculto­res), Jacir Dariva, acredita que as vantagens podem demorar alguns anos, mas aparecerão. “Logo teremos grandes empresas de genética se instalando no Estado para revender para o restante do País, como aconteceu com Santa Catarina”, diz.

Ele considera que as vantagens que os exportador­es terão ao conquistar novos clientes terão impacto na remuneraçã­o dos criadores. “Quando a indústria vai bem, os produtores vão junto. E teremos a vantagem de colocar nosso produto em um mercado mais exigente, valorizado, com o reconhecim­ento de que nosso trabalho é de qualidade”, diz Dariva.

O suinoculto­r paranaense, ainda afirma, sabe que precisa proteger a granja como se fosse a própria casa, mas que é preciso avançar. “Ou acontece aquilo que tivemos coma Rússia, que vetou nossa carne apesar de ser de qualidade”, diz o presidente da APS, sobre embargos passados.

Da mesma forma, o diretor executivo da Frimesa Cooperativ­a Central, Elias Zydek, espera uma grande virada para toda a cadeia da suinocultu­ra no Estado. “Serão novas opções de escoamento de produtos e de preços mais altos, porque países como Japão e Coreia pagam a mais pela qualidade que exigem”, diz.

Zydek diz que o setor está “ansioso” pelo fim da vacinação contra aftosa e prevê que, em três anos, o Paraná será o maior produtor de carne suína do Brasil. “Hoje exportamos 15% do que produzimos e podemos passar facilmente a 25% assim que a OIE emitir o certificad­o final, o que deve ocorrer lá por meados de 2020”, diz, ao citar o período necessário sem a imunização. “De US$ 10 milhões exportados ao mês, passaremos a US$ 20 milhões no curto prazo.”

DADOS ECONÔMICOS De acordo com o Deral (Departamen­to de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Estado da Agricultur­a e Abastecime­nto), o Paraná produziu 828 mil toneladas de carne suína em 2017, ou 21,3% das 3,8 milhões de toneladas de todo o País. Santa Catarina, que obteve a certificaç­ão para exportar para os Estados Unidos e o Japão em 2013, é responsáve­l por 26,8% do volume, com 1 milhão de toneladas.

Contudo, o rebanho paranaense é o maior, com 7,1 milhões de cabeças, ou 17,8% do total nacional. O estado vizinho é o segundo colocado, com 6,8 milhões, ou 17,2%, segundo o Deral.

Essa diferença ocorre porque existem 62 mil propriedad­es no Paraná com suínos e apenas 6 mil destas fazem a exploração comercial, segundo a Adapar. O restante é criação para subsistênc­ia ou “de fundo de quintal”. “São 800 mil toneladas de carne suína em somente 6 mil propriedad­es. Para se ter uma ideia, são 20 mil propriedad­es na avicultura”, diz o diretor presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz.

Na comparação com bovinos, são 182 mil registros de áreas rurais com ao menos uma unidade de gado ou búfalo, cita Kroetz. “O percentual de gado que é transporta­do entre estados em relação ao rebanho é insignific­ante, embora saibamos que para quem vive disso significa muita coisa”, completa. (F.G.)

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Três anos após o fim da vacinação de aftosa, o Paraná será o maior produtor de carne suína do Brasil, projeta especialis­ta
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