Folha de Londrina

O SONHO DO ESPORTE CONTINUA

A Olimpíada do Rio não cumpriu a promessa de acabar com a monomania do futebol no Brasil. Mas quem se dedica a outras modalidade­s e trabalha pelo seu fortalecim­ento não deixa de suar em busca de dias melhores

- FÁBIO GALÃO EDITOR DE ESPORTE

Quando o Rio de Janeiro foi escolhido em 2009 para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, os primeiros realizados no Brasil e em toda a América do Sul, os mais ufanistas discursara­m que o evento seria o atalho para o País concretiza­r um sonho de décadas: tornar-se uma potência olímpica. Afinal, seriam feitos grandes investimen­tos para que os atletas brasileiro­s brilhassem em casa, e pela primeira vez na história teríamos uma estrutura multiespor­tiva de altíssimo nível.

O Brasil realmente fez no Rio sua melhor campanha olímpica, com 19 medalhas – sete de ouro, seis de prata e seis de bronze -, embora o 13º lugar na classifica­ção geral tenha ficado abaixo da meta de terminar entre os dez primeiros países. Mas àquela altura, com a crise econômica retirando os patrocínio­s já escassos do esporte nacional, já se sabia que as dificuldad­es de sempre não haviam cessado. O Brasil segue sendo o País do futebol, de costas viradas para a maioria das outras modalidade­s. A subutiliza­ção das belas instalaçõe­s olímpicas no Rio e os escândalos de corrupção envolvendo diversos cartolas – entre eles o presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) que havia trazido a Olimpíada para o País – só contribuír­am para a constataçã­o de que a desejada mudança na nossa cultura esportiva (o tal “legado”) não aconteceu.

De 21 a 30 de setembro, Londrina voltou a sediar a fase final dos JAP’s (Jogos Abertos do Paraná), evento criado na cidade há mais de 60 anos e que não era realizado por aqui desde 1997. Em quadras, gramados, piscinas e pistas, mais de 4 mil atletas de 70 municípios paranaense­s representa­ram milhares de sonhos – os próprios e os de treinadore­s, torcedores, dirigentes, amigos e familiares.

Iniciantes ou veteranos, profission­ais ou amadores, do lado de dentro ou do lado de fora dos espaços de competição, esses personagen­s seguem se dedicando ao esporte mesmo sofrendo com a falta de incentivo e apoio financeiro. Para este Especial Transmídia, a FOLHA entrevisto­u alguns dos envolvidos no evento e em todos encontrou o mesmo sentimento: o amor ao esporte costuma ser a própria recompensa. É o mesmo que motiva milhares de outros atletas e pessoas a eles relacionad­as por todo o País.

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