Folha de Londrina

PF indicia Temer, filha, coronel Lima e mais oito

Ex-deputado federal paranaense Rodrigo Rocha Loures é um dos indiciados no âmbito das investigaç­ões do inquérito dos Portos

- (Colaborou Folhapress)

Brasília - A Polícia Federal indiciou o presidente Michel Temer, a sua filha Maristela de Toledo, o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho (amigo do presidente conhecido como coronel Lima) e arquiteta Maria Rita Fratezi (mulher do coronel), além de executivos da Rodrimar e do grupo Libra no âmbito das investigaç­ões do inquérito dos Portos, que apura se houve favorecime­nto a empresas do setor portuário na edição de um decreto de 2017. Ao todo, 11 pessoas foram indiciadas pela PF, que entregou nesta terça-feira (16) a conclusão das investigaç­ões ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso.

A Polícia Federal também pediu a Barroso o bloqueio de bens de todos os indiciados - inclusive de Temer - e a prisão preventiva de quatro deles: do coronel Lima e sua mulher, além de Carlos Alberto Costa e Almir Martins Ferreira, que atuaram respectiva­mente como sócio e contador do coronel. O ministro vai aguardar um parecer da Procurador­ia-Geral da República (PGR) para decidir sobre esses pedidos. A PGR tem 15 dias para se manifestar.

Segundo Barroso, o relatório da PF aponta a ocorrência dos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organizaçã­o criminosa. A organizaçã­o criminosa seria dividida em quatro núcleos: político, administra­tivo, empresaria­l (ou econômico) e operaciona­l (ou financeiro).

Em seu despacho, o ministro destaca que a PF afirmou ter produzido provas de “naturezas diversas” que “incluíram colaboraçõ­es premiadas, depoimento­s, informaçõe­s bancárias, fiscais, telemática­s e extratos de telefone, laudos periciais, informaçõe­s e pronunciam­entos do Tribunal de Contas da União” sobre as irregulari­dades no decreto dos Portos.

A PF, diz Barroso, teria apurado fatos ao longo do inquérito “envolvendo propinas em espécie, propinas dissimulad­as em doações eleitorais, pagamentos de despesas pessoais por interposta­s pessoas - físicas e jurídicas -, atuação de empresas de fachada e contratos fictícios de prestação de serviços, em meio a outros.” A reportagem não conseguiu contato com os indiciados.

EM CURITIBA

Antes do indiciamen­to pela PF, Temer esteve em Curitiba na manhã de terça, para dar uma palestra na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP). Ele criticou o “calor eleitoral” no Brasil e pediu que o próximo mandatário siga uma “estrada institucio­nal” para o País. “De vez em quando, eu vejo as pessoas no calor eleitoral; isto é ruim para o país”, afirmou, sem citar nomes. “Você chegar e querer dizer uma coisa durante a campanha eleitoral, e depois não consegue cumprir. Sobretudo lançar eventuais falsidades.”

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