Folha de Londrina

Bolsonaro e Haddad levam debate para redes sociais

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Brasília - Na ausência de debates presidenci­ais na TV no segundo turno, Jair Bolsonaro (PSL) e seu adversário Fernando Haddad (PT) partiram para um confronto sem mediadores e discutiram por meio das redes sociais nesta terça-feira (16).

Em recuperaçã­o de uma facada, o candidato do PSL cancelou sua participaç­ão dos programas, alegando que aguarda liberação médica.

Porém, ele já disse que, mesmo se for autorizado a participar, vai avaliar se é estratégic­o debater com Haddad. Mesmo criticado, ele chegou a dizer que só aceitaria ir a encontro sem “interferên­cia de terceiros” e chegou a propor um debate na rua, na presença de jornalista­s.

O bate-boca virtual desta terça começou após Haddad dizer que a campanha de Bolsonaro tinha conquistad­o o apoio da KKK (Ku Klux Klan), grupo racista dos Estados Unidos. “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacis­tas. Sugiro que, por coerência, apoiem o candidato da esquerda, que adora segregar a sociedade. Explorar isso para influencia­r uma eleição no Brasil é uma grande burrice! É desconhece­r o povo brasileiro, que é miscigenad­o”, escreveu o capitão reformado nas redes sociais.

O ex-líder Ku Klux Klan David Duke elogiou Bolsonaro e afirmou que ele “soa como nós”. A declaração foi publicada nesta terça pela BBC Brasil. O debate entre os adversário­s seguiu.

“Essa história de o fantoche de corrupto admitir erros do seu partido é pra boi dormir. A corrupção nos governos Lula/Dilma não era caso isolado, era regra para governar. Por isso estão presos presidente, tesoureiro­s, ministros marqueteir­os, etc, além de tantos outros investigad­os”, escreveu Bolsonaro.

“Tuitar e fazer live é fácil, deputado. Vamos debater frente a frente, com educação, em uma enfermaria se precisar. O povo quer ver você aparecer na entrevista de emprego”, respondeu Haddad.

O candidato do PSL então subiu o tom: “Senhor Andrade, quem conversa com poste é bêbado. Existe um que está preso por corrupção e você vai toda semana na cadeia visitálo intimament­e além de receber ordens! Cuidado que pelo desenrolar das notícias reveladas você pode ser o próximo!”

Com pouco tempo de televisão e um partido pequeno, Bolsonaro concentrou sua campanha nas redes sociais. Esse processo foi intensific­ado após ele ter sofrido uma facada no dia 6 de setembro, o que o impediu de fazer atos de rua.

Bolsonaro conta com um exército de seguidores e faz transmissõ­es ao vivo com frequência quase diária.

Para ficar livre do contraditó­rio, ele evita formas convencion­ais de comunicaçã­o de candidatos, como entrevista­s coletivas. Em resposta à estratégia do adversário, a campanha do PT passou a usar mais as redes sociais.

CID GOMES

Um dia após Cid Gomes (PDT) fazer ataques ao PT, chamar militantes que o vaiavam de “babacas” e falar que a sigla do ex-presidente Lula merece perder a eleição, o candidato Fernando Haddad disse esperar que o senador eleito o apoie no primeiro turno. “Até domingo da semana que vem nós vamos ter o Cid dando uma declaração explícita de apoio à minha candidatur­a”, afirmou o candidato do PT nesta terça-feira (16).

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Nelson Almeida/AFP “Senhor Andrade, quem conversa com poste é bêbado”, tuitou Bolsonaro quando cobrado por Haddad a ir a debates
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Nelson Almeida/AFP Haddad tuitou que Bolsonaro tem apoio da Ku Klus Klan, grupo racista dos EUA, cujo ex-líder elogiou o deputado

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