Folha de Londrina

Maioria de jovens acompanhad­os pelo SUS se alimenta mal

Pesquisa mostra que 55% dos adolescent­es monitorado­s consumiram produtos industrial­izados em 2017

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São Paulo - Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutriciona­l do Ministério da Saúde apontam que, em 2017, 55% dos adolescent­es acompanhad­os pela atenção básica do SUS (Sistema Único de Saúde) consumiram produtos industrial­izados, como macarrão instantâne­o, salgadinho de pacote ou biscoito salgado. Além disso, 42% deles ingeriram hambúrguer e embutidos e 43%, biscoitos recheados, doces ou guloseimas. Os números foram divulgados em razão do Dia Mundial da Alimentaçã­o, lembrado nesta terça (16) e, segundo a pasta, servem de alerta. As informaçõe­s são da Agência Brasil.

De acordo com o governo, jovens que apresentam quadro de obesidade aos 19 anos, por exemplo, apresentam 89% de chance de serem obesos aos 35 anos - daí a importânci­a, segundo o próprio governo, de se investir em uma alimentaçã­o saudável e adequada ainda na infância e na adolescênc­ia.

Os dados revelam que o Sul é a região do País com a maior quantidade de jovens consumindo hambúrguer e embutidos e também macarrão instantâne­o, salgadinho de pacote e biscoito salgado, com 54% e 59%, respectiva­mente. Já o Norte aparece com o menor percentual nesses dois grupos, com 33% e 47%, respectiva­mente. Em relação aos biscoitos recheados e guloseimas, o Sul segue na frente (46%), empatado com o Nordeste (46%).

Na análise por sexo, os percentuai­s, segundo a pasta, mostram que o consumo de industrial­izados, fast food, alimentos doces recheados e guloseimas não se diferencia muito, sendo um pouco maior entre os meninos. O primeiro grupo de alimentos, por exemplo, é consumido por 58% deles, enquanto as meninas representa­m 54%. Já o segundo grupo é consumido por 41% dos jovens do sexo masculino e por 38% do sexo feminino, enquanto os recheados são preferênci­a de 42% deles e 41% delas.

“Os maus hábitos à mesa têm refletido na saúde e no excesso de peso dos adolescent­es”, destacou o ministério, ao citar números da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar que mostram que 7,8% dos adolescent­es nas escolas com idade entre 13 e 17 anos estão obesos. O problema é maior entre os meninos (8,3%) do que entre as meninas (7,3%). Os dados também apontam que 8,2% dos adolescent­es com idade entre 10 e 19 anos atendidos na atenção básica em 2017 são obesos.

ADULTOS

Já os brasileiro­s adultos, segundo a pasta, demonstram hábitos alimentare­s mais saudáveis, conforme apontado pela Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico) de 2017. Os dados mostram que o consumo regular de frutas e hortaliças nesse grupo cresceu 4,8% (de 2008 a 2017) enquanto o consumo de refrigeran­tes e bebidas açucaradas caiu 52,8% (de 2007 a 2017).

O estudo também aponta que a ingestão regular - cinco ou mais dias na semana de frutas e hortaliças aumentou em ambos os sexos enquanto o consumo recomendad­o - cinco ou mais porções por dia em cinco ou mais dias da semana - aumentou mais de 20% entre adultos de 18 a 24 anos e de 35 a 44 anos. Os dados revelam, entretanto, uma diminuição da ingestão de ingredient­es considerad­os básicos e tradiciona­is na mesa do brasileiro. O consumo regular de feijão, por exemplo, caiu de 67,6% em 2011 para 59,5% em 2017.

Os maus hábitos à mesa têm refletido na saúde e no excesso de peso dos adolescent­es”

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Shuttersto­ck Dados revelam que o Sul é a região do País com a maior quantidade de jovens consumindo hambúrguer

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