Entrada de consumidores em lista de inadimplentes cresce 18%
Dados relativos a setembro mostram ainda que movimento de saída de consumidores do cadastro diminui; em horizonte de nove meses, no entanto, cenário é positivo
Onúmero de consumidores londrinenses que entraram no cadastro de restrição de crédito do SPC Brasil aumentou 18% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Isso significa que cresceu o volume de consumidores que entraram para a lista de inadimplentes da empresa, utilizada pelos seus clientes para a tomada de decisão de concessão de crédito no comércio e serviços. Ao mesmo tempo, o número de consumidores que saíram do cadastro diminuiu 21%, mostrando que menos consumidores conseguiram sair da situação de inadimplência em setembro de 2018 em relação a setembro de 2017. O número de consumidores considerado no levantamento, realizado em parceria com a Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) não é revelado pela empresa de avaliação de crédito.
Por outro lado, no horizonte de nove meses (janeiro a setembro), o número de consumidores que entraram e saíram do cadastro de restrição de crédito apresentou comportamento inverso - a entrada de consumidores na lista de inadimplência caiu 29% em relação ao mesmo período de 2017 e a saída aumentou 17%. Isso mostra, na opinião do consultor econômico da Acil, Marcos Rambalducci, um cenário positivo fomentado por quatro fatores. O emprego formal, que em agosto recuperou mais de 500 vagas em Londrina; o pagamento do PIS/Pasep; a proximidade do final do ano e do pagamento do 13º ou restituição de imposto de renda; e o mutirão do Procon, que segue até sexta-feira (19) em Londrina, para renegociação de dívidas com bancos (leia mais).
Com renda, dinheiro extra em mãos e dívidas pagas junto aos bancos, aumenta a disposição do consumidor em limpar o nome para poder consumir novamente nas festas de fim de ano. Assim, a perspectiva é que os indicadores do SPC Brasil sejam positivos já no próximo mês.
Para o consultor econômico, a primeira coisa que o consumidor que está inadimplente deve fazer é o levantamento de suas dívidas e analisar quanto pode pagar. Com essas informações em mão, o consumidor deve procurar seus credores para renegociar sua dívida. Rambalducci ressalta que é importante nunca deixar de negociar. “A gente vem em um bom momento em que os credores, varejo ou sistema financeiro, estão com disposição para renegociar dívidas.”
Outra orientação é procurar se livrar primeiro das dívidas mais caras - o cartão de crédito e o cheque especial, que possuem os juros mais altos -, e depois as mais baratas. E, se necessário, “trocar” essas dívidas por outras mais baratas (contratar crédito com juros mais baixos para pagar dívidas com juros mais altos), como o crédito consignado ou o crédito pessoal.