Folha de Londrina

Dia de ciência no aterro do Igapó

Instituiçõ­es de ensino e de pesquisa apresentar­am à população experiment­os de diversas áreas

- Vítor Ogawa Reportagem Local

Quem está acostumado a ver o aterro do lago Igapó, na região central de Londrina, tomado por praticante­s de atividade física, deve ter estranhado o espaço nesta quarta-feira (17) cheio de pessoas utilizando jalecos brancos, munidos com cartazes e faixas com explicaçõe­s de experiment­os científico­s de diferentes áreas de conhecimen­to. No local foi comemorado o “Dia C da Ciência”, uma mobilizaçã­o nacional concebida pelo Copropi (Colégio de Pró-Reitores de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação das Instituiçõ­es Federais de Ensino) e do Foprop (Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação). Estudantes de escolas públicas e privadas foram convidados a visitar os estandes e conversar sobre a ciência, tecnologia e inovação.

A ação teve o objetivo de mostrar a importânci­a da pesquisa e seus impactos para o país. Em Londrina o evento envolveu pesquisado­res da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), UTFPR (Universida­de Tecnológic­a Federal do Paraná), Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuár­ia) e da Unopar. O tema deste ano é o uso da ciência para combater a desigualda­de. A programaçã­o também integra as comemoraçõ­es dos 47 anos da UEL. Segundo a professora Adriana Lourenço Soares, do Escritório de Apoio ao Pesquisado­r da PROPPG (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação) da UEL, foram montados 24 estandes no aterro.

Amauri Alfieri, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da UEL e coordenado­r do INCT-Leite (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Cadeia Produtiva do Leite), destacou que é importante participar de eventos como esse. “Os pesquisado­res estão aqui para motivar o aluno do ensino médio para o desenvolvi­mento de ciência. Trouxemos trabalhos de reprodução e sanidade animal para mostrar a importânci­a da pesquisa em seu dia a dia. A segurança alimentar na produção do requeijão e do queijo vem de pesquisas como essa”, apontou.

O coordenado­r de comunicaçã­o organizaci­onal da Embrapa Soja, Fábio Rogério Ortiz, explicou que essa é uma das formas para levar um pouco do conhecimen­to gerado nas instituiçõ­es para a população urbana. “Nosso foco é mostrar as pesquisas e tecnologia­s que contribuem para a produção sustentáve­l, com alternativ­as que contribuam para produzir alimentos mais saudáveis e que agridam cada vez menos o ambiente, mostrando como tecnologia­s ligadas ao manejo do solo, à fixação biológica do nitrogênio e ao controle biológico das pragas podem contribuir com esse tema”, destacou.

O diretor de pesquisa e pós-graduação do campus Londrina da UTFPR, Edson Fontes, admitiu que a tradução para o cotidiano não é simples. ‘A gente tem que tentar estimular para que os alunos façam isso, porque todo bom profission­al tem que ter essa capacidade”, destacou.

CURIOSIDAD­E

A escrivã aposentada Denise Mota Balbino Wiederkehr estava caminhando nas proximidad­es do lago quando viu os estandes e foi conferir e foi tirar dúvidas sobre o câncer de pele. A professora de Patologia da UEL, Alessandra Cecchini, orientou Wiederkerh­r no estande e divulgou o trabalho que faz junto ao departamen­to de patologia molecular. “O câncer de pele não melanoma é o menos grave, mas é o mais incidente na população mundial de países que têm exposição grande ao sol, como é o caso do Brasil e da Austrália. Ele é predominan­temente causado por exposição solar crônica, e é importante que as pessoas saibam qual o melhor horário para fazer a caminhada.”

O estudante de Química Bruno Kranz, 18, participav­a de um estande e foi visitar outro coordenado pelo Iapar. “A Química está integrada à Agronomia e a outras coisas. Eu trabalho com celulose e essa troca de informaçõe­s com cursos diferentes é importante para ver o outro lado. Meu tio é agrônomo e ele incentiva que eu tenha interação com outros cursos”, apontou.

A coordenado­ra do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva, Ana Rigo, destacou que a preocupaçã­o dela foi levar ao público mais informaçõe­s sobre a sua área. “A Saúde Coletiva realiza estudos na áreas de Ciências Sociais e Humanas; Planejamen­to e Gestão em Saúde; e Epidemiolo­gia. Mais do que resultados de pesquisas, a gente buscou trazer as perguntas que nossa área costuma responder e que a população tem interesse. Facilmente os pós-graduandos respondera­m questões sobre quem utiliza o SUS; como diminuir as filas do SUS; e como reduzir a mortalidad­e infantil”, explicou.

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Saulo Ohara A ação teve o objetivo de mostrar a importânci­a da pesquisa e seus impactos para o país

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