LUIZ GERALDO MAZZA
É da responsabilidade, sim, do Poder Judiciário prevenir e combater anomalias nas eleições.
É da responsabilidade, sim, do Poder Judiciário prevenir e combater anomalias como as praticadas na campanha presidencial com os disparos das “fake news”. Seu poder de intervenção e manipulação é tão grande que houve inversão da maior taxa de rejeição ora lideradas, o que parecia impossível, por Fernando Haddad. Houve convocação para que junto com a presidente do TSE, Rosa Weber, se manifestasse também o ministro da Segurança, Raul Jugman, a quem, de certa forma, cabe a vigilância contra a patologia detectada e também a Raquel Dodge, Procuradora Geral da República.
Fica evidente que estamos diante de um fato novo e de complicada regulação, mormente por ser um fenômeno que esteve presente na eleição norteamericana e cujo impacto também foi devastador. Por sinal que nas vezes em que a justiça interveio por questões de segurança e de ação criminosa, as operadoras simplesmente rejeitaram, inconformadas, o rompimento do fluxo de interações que envolviam organizações como Comando Vermelho e PCC.
O fato é que está em jogo um ilícito criminal, perfeitamente configurado, e que vicia o processo eleitoral, desequilibrando-o em favor de um anonimato afinal tolerado pelo sistema e contra o qual há dificuldades severas para a contenção e a repressão. Se a autoridade judicial levou tanto tempo para dirimir uma dúvida primária quanto a de Lula se habilitar como candidato mesmo sentenciado, dá para imaginar o emaranhado de dificuldades que teremos agora. E a preocupação em dar uma resposta firme a uma questão nebulosa já está presente no fato de a entrevista marcada para esta sexta-feira (19) ter sido transferida para domingo (21), às duas horas da tarde.