CÉLIA MUSILLI
Velha conhecida, a depressão crônica hoje atinge mais de 5% da população mundial
Muito já se falou sobre a depressão, embora a sua compreensão não dependa apenas de quem fala, mas de quem ouve. Para alguns, a depressão é parecida com uma tristeza reincidente e que dura mais tempo, mas quem sofre com ela garante que as duas coisas são diferentes. Este é o caso do escritor Jan L.L. Parellada que lançou na última quinta-feira (18), em Londrina, o livro “O Que Aprendi Com a Depressão”.
A obra atrai o leitor por vários motivos, primeiro porque o assunto há décadas está nos noticiários, como um dos males do século, em proporção progressiva. Velha conhecida, a depressão crônica hoje atinge mais de 5% da população mundial, sendo que o estresse da vida moderna é apontado como um dos fatores do aumento de casos, o que não justifica tudo.
Além do interesse natural que o assunto desperta, tendo em vista tantos casos observados muitas vezes em pessoas próximas, o livro de Parellada atrai porque tem linguagem acessível e,além de acessível, sincera. Trata-se de um autor que enfrentou a depressão frente a frente,falando do problema ‘por dentro’, num relato no qual não faltam exemplos de como as crises são disparadas em situações que têm tudo para ser felizes: junto à família, perto de pessoas queridas, em viagens cujo principal objetivo é relaxar e ter prazer. Mas, de repente, lá está a fera da depressão, pronta para pular no peito de quem a conhece de sobra.
Parellada mostra então a necessidade de não subestimar os tratamentos psiquiátricos e psicoterápicos, porque é preciso um arsenal competente para vencer o problema que nem todos compreendem, por se alimentar, aparentemente, de razões subjetivas. Os “outros” - que são aqueles que muitas vezes fazem julgamentos ou não compreendem o que se passa com pessoa que “tem tudo para ser feliz” - têm dificuldades para entender um inferno que se abre de repente, sem razão aparente ou imediata.
A depressão, que está no rol das doenças mal compreendidas, se processa a partir do cérebro, com a falta de hormônios que regulam o humor, o apetite e o sono, funções básicas de uma vida saudável.
As doenças que se processam de