Serviços essenciais são abastecidos por caminhões-pipa
Hospitais, penitenciárias, creches e asilos receberam fornecimento de água de forma emergencial; ao todo, 150 mil imóveis foram afetados em Londrina e Cambé
Aqueda de energia provocada pela tempestade de quinta-feira (18) gerou desabastecimento de água em várias regiões de Londrina e na zona sul e oeste de Cambé. Ao todo, 150 mil imóveis foram afetados desde a manhã de sexta (19). De acordo com a assessoria da Sanepar, caminhões-pipa foram utilizados para atender emergencialmente hospitais, penitenciárias, creches e asilos, pois os níveis dos reservatórios de água que dependem do Tibagi atingiram estado crítico e já não estavam atendendo a demanda. A Sanepar explicou que a unidade de captação de água do Tibagi ficou inoperante porque duas fontes da Copel que atendem o sistema foram comprometidas pelas chuvas. A captação de água voltou a funcionar no final da tarde desta sexta. A expectativa é que o abastecimento seja normalizado ao longo deste sábado (20).
No HU (Hospital Universitário), o desabastecimento comprometeu os serviços na lavanderia e no centro de materiais, responsável pela esterilização dos itens utilizados nas cirurgias. Apenas 500 kg de roupas dos 2.400 kg lavados diariamente puderam ser higienizados. Conforme a diretora superintendente do hospital, Vivian Feijó, alguns procedimentos eletivos das especialidades de cirurgia infantil, urologia, oftalmologia e ortopedia, que seriam realizados nesta sexta e sábado, foram suspensos.
“Isso foi necessário porque temos que priorizar os materiais para realizar as cirurgias de urgência e emergência. Só estamos esterilizando os materiais em uma autoclave que ainda tem reservatório. A outra precisa ser abastecida com a água que vem da rua e tivemos que parar de utilizar porque poderia danificar o equipamento”, explicou Feijó.
Dois caminhões-pipa carregados com 20 mil litros de água cada ajudaram a encher uma das cisternas do hospital. Um terceiro caminhão era aguardado até o final do dia. A outra cisterna do HU está em manutenção.
SEM AULAS
O desabastecimento de água levou à suspensão de aulas na manhã e tarde de sexta, em pelo menos 13 escolas e CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) de Londrina, prejudicando aproximadamente 1,7 mil alunos. “Não havendo outros problemas, a expectativa é voltar ao atendimento normal em todas as escolas na segunda-feira (22). Apenas o CEI Silvana Lopes, no conjunto Vivi Xavier, demanda uma espera maior pelo volume de serviço”, afirmou Junior Cesar Dias de Jesus, gerente da Secretaria Municipal de Educação.
Com as chuvas da semana, 48 unidades escolares foram atingidas e o maior dano, segundo Jesus, foram quedas de árvores e alambrados e alguns destelhamentos, além do desabastecimento de água. “Em relação à merenda, nas escolas que sofreram queda de energia, os alimentos foram recolhidos para serem armazenados corretamente”, disse.
PREJUÍZOS
Segundo o coordenador da Defesa Civil em Londrina, Evaristo Kuceki, os prejuízos contabilizados até o momento pelas secretarias municipais da Educação e da Saúde somam aproximadamente R$ 150 mil. O valor não atinge 2,78% do PIB do município, que é o percentual mínimo para decretar estado de emergência.
No levantamento feito pela prefeitura, considerando as chuvas de quarta e quinta, houve a queda de 214 árvores e 106 comunicados de destelhamentos e pedidos de lona. “Já disponibilizamos mais de 2.000 metros de lona e atendemos 470 ligações nesses dois dias”, comentou.
Ao todo, oito viaturas da Guarda Municipal estão auxiliando na remoção de árvores que oferecem risco ou que estejam obstruindo vias.
Equipes da Copel foram para as ruas para realizar os reparos necessários. Em Londrina, aproximadamente, 3.800 imóveis permaneciam sem luz até o final da tarde desta sexta. Em todo o Paraná, 45 mil unidades estavam sem energia elétrica.