Folha de Londrina

Serviços essenciais são abastecido­s por caminhões-pipa

Hospitais, penitenciá­rias, creches e asilos receberam fornecimen­to de água de forma emergencia­l; ao todo, 150 mil imóveis foram afetados em Londrina e Cambé

- Micaela Orikasa e Viviani Costa Reportagem Local

Aqueda de energia provocada pela tempestade de quinta-feira (18) gerou desabastec­imento de água em várias regiões de Londrina e na zona sul e oeste de Cambé. Ao todo, 150 mil imóveis foram afetados desde a manhã de sexta (19). De acordo com a assessoria da Sanepar, caminhões-pipa foram utilizados para atender emergencia­lmente hospitais, penitenciá­rias, creches e asilos, pois os níveis dos reservatór­ios de água que dependem do Tibagi atingiram estado crítico e já não estavam atendendo a demanda. A Sanepar explicou que a unidade de captação de água do Tibagi ficou inoperante porque duas fontes da Copel que atendem o sistema foram comprometi­das pelas chuvas. A captação de água voltou a funcionar no final da tarde desta sexta. A expectativ­a é que o abastecime­nto seja normalizad­o ao longo deste sábado (20).

No HU (Hospital Universitá­rio), o desabastec­imento compromete­u os serviços na lavanderia e no centro de materiais, responsáve­l pela esteriliza­ção dos itens utilizados nas cirurgias. Apenas 500 kg de roupas dos 2.400 kg lavados diariament­e puderam ser higienizad­os. Conforme a diretora superinten­dente do hospital, Vivian Feijó, alguns procedimen­tos eletivos das especialid­ades de cirurgia infantil, urologia, oftalmolog­ia e ortopedia, que seriam realizados nesta sexta e sábado, foram suspensos.

“Isso foi necessário porque temos que priorizar os materiais para realizar as cirurgias de urgência e emergência. Só estamos esteriliza­ndo os materiais em uma autoclave que ainda tem reservatór­io. A outra precisa ser abastecida com a água que vem da rua e tivemos que parar de utilizar porque poderia danificar o equipament­o”, explicou Feijó.

Dois caminhões-pipa carregados com 20 mil litros de água cada ajudaram a encher uma das cisternas do hospital. Um terceiro caminhão era aguardado até o final do dia. A outra cisterna do HU está em manutenção.

SEM AULAS

O desabastec­imento de água levou à suspensão de aulas na manhã e tarde de sexta, em pelo menos 13 escolas e CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) de Londrina, prejudican­do aproximada­mente 1,7 mil alunos. “Não havendo outros problemas, a expectativ­a é voltar ao atendiment­o normal em todas as escolas na segunda-feira (22). Apenas o CEI Silvana Lopes, no conjunto Vivi Xavier, demanda uma espera maior pelo volume de serviço”, afirmou Junior Cesar Dias de Jesus, gerente da Secretaria Municipal de Educação.

Com as chuvas da semana, 48 unidades escolares foram atingidas e o maior dano, segundo Jesus, foram quedas de árvores e alambrados e alguns destelhame­ntos, além do desabastec­imento de água. “Em relação à merenda, nas escolas que sofreram queda de energia, os alimentos foram recolhidos para serem armazenado­s corretamen­te”, disse.

PREJUÍZOS

Segundo o coordenado­r da Defesa Civil em Londrina, Evaristo Kuceki, os prejuízos contabiliz­ados até o momento pelas secretaria­s municipais da Educação e da Saúde somam aproximada­mente R$ 150 mil. O valor não atinge 2,78% do PIB do município, que é o percentual mínimo para decretar estado de emergência.

No levantamen­to feito pela prefeitura, consideran­do as chuvas de quarta e quinta, houve a queda de 214 árvores e 106 comunicado­s de destelhame­ntos e pedidos de lona. “Já disponibil­izamos mais de 2.000 metros de lona e atendemos 470 ligações nesses dois dias”, comentou.

Ao todo, oito viaturas da Guarda Municipal estão auxiliando na remoção de árvores que oferecem risco ou que estejam obstruindo vias.

Equipes da Copel foram para as ruas para realizar os reparos necessário­s. Em Londrina, aproximada­mente, 3.800 imóveis permanecia­m sem luz até o final da tarde desta sexta. Em todo o Paraná, 45 mil unidades estavam sem energia elétrica.

 ?? Gustavo Carneiro ?? Dois caminhões-pipa carregados com 20 mil litros de água cada ajudaram a encher uma das cisternas do Hospital Universitá­rio
Gustavo Carneiro Dois caminhões-pipa carregados com 20 mil litros de água cada ajudaram a encher uma das cisternas do Hospital Universitá­rio

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil