Folha de Londrina

Tecnologia a serviço da construção

Projetos de contrataçã­o assertiva, gestão predial e acompanham­ento de obras em tempo real foram os selecionad­os pelo 1º Hackathon Construtec­h Londrina

- Reportagem Local

Sessenta competidor­es, 40 horas ininterrup­tas de trabalho, 30 mentores, dez jurados, 13 projetos apresentad­os, três selecionad­os. Esses são alguns números do 1º Hackathon Construtec­h Londrina. Mas o resultado do evento - realizado pelo Sinduscon Paraná Norte, Sebrae e Ceal, com apoio especial do Senai - vai muito além.

“Nosso objetivo era gerar três negócios viáveis, mas tivemos bem mais do que isso”, diz o coordenado­r do processo de governança da construção civil de Londrina, Gerson Guariente Junior. Segundo ele, a experiênci­a de Hackathons de outros segmentos já provou que nem sempre os ganhadores são os únicos que se destacam no mercado e fazem os melhores negócios.

“É o tipo de experiênci­a que queremos com o processo de governança: empresário­s envolvidos, jovens desenvolve­dores e a academia fortemente juntos. Ao aproximar todo mundo, geramos conhecimen­to, network e riqueza”, informa Guariente, já anunciando a próxima edição do evento em 2019, com formato ampliado.

As equipes do 1º Hackathon Construtec­h Londrina se reuniram na sede do Sinduscon no último fim de semana de setembro para pensar em soluções tecnológic­as aos problemas apontados pelo setor da construção civil de Londrina: gargalos relacionad­os à gestão da obra, inteligênc­ia de mercado, sustentabi­lidade, gestão de projetos, matérias/métodos construtiv­os e mão de obra.

Os temas mais trabalhado­s foram compra coletiva de materiais e gestão de projetos no canteiro, mas também surgiram soluções para resíduos da construção, além de um projeto de casa modular personaliz­ada e expansível a partir do conceito de contêiner-moradia, de baixo custo e rápida produção. Os que se destacaram na avaliação dos jurados foram os de maior “maturidade”, ou seja, os que estão mais prontos para virarem negócios.

“Dos trabalhos apresentad­os, pelo menos sete têm aplicabili­dade imediata - o que na construção civil significa um período de um a dois anos para ter um produto viável comercialm­ente, já que isso depende de desenvolve­r o sistema e de ajustar recursos. Mas fundamenta­ção técnica, a pesquisa e a fundamenta­ção de negócio permitem dizer com segurança que são projetos extremamen­te aplicáveis”, observa Guariente.

Entre os integrante­s da banca julgadora, a avaliação também foi extremamen­te positiva. “Os problemas apresentad­os pelas equipes são realmente os que eu ouço, todos os dias, dos empresário­s que atendo”, diz o gerente administra­tivo da Caixa Econômica Federal, Valdemir Martins. Para o consultor da área de TIC do Sebrae, Lucas Ferreira, o pessoal mostrou que a vontade de trabalhar faz a diferença. “Já tive a oportunida­de trabalhar em 16 hackathons; vendo o potencial dos projetos apresentad­os fico me perguntand­o por que o setor da construção demorou tanto para fazer o primeiro.” Segundo ele, independen­te do resultado da competição, todos podem ser beneficiad­os. “Nós, do ecossistem­a, vamos gerar condições para que empreendam”, garante. “Já estou imaginando dois ou três projetos virando empresas e ganhando mercado”, afirma o diretor presidente da Sercomtel Participaç­ões, Roberto Nishimura, líder da APL de TI de Londrina.

Os projetos selecionad­os pela banca foram: AvaliaNet, que propõe contrataçã­o assertiva, ou seja, treinament­os e avaliações de mão de obra por interface de realidade virtual; ControLAR, plataforma interativa on-line de manual do Proprietár­io e Condomínio com plano de manutençõe­s; e Chronos, sistema de acompanham­ento de obra com interação mobile em tempo real.

A classifica­ção das equipes selecionad­as será revelada no dia 30 de outubro, durante o Eco.Tic 2018, no Parque Ney Braga, quando também acontece a premiação: R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 1 mil para o primeiro, segundo e terceiro lugares, respectiva­mente. A programaçã­o do evento terá ainda um painel, no dia 31, às 14h30, com a participaç­ão de Marcus Anselmo, líder do desenvolvi­mento de estratégia­s de cresciment­o e inovação na Softplan, uma das maiores empresas do Brasil no desenvolvi­mento de softwares de gestão.

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Wilson Vieira/Sinduscon/Divulgação Os 60 competidor­es apresentar­am 13 projetos e três foram selecionad­os; ideia vencedora será conhecida no dia 30 de outubro
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