Folha de Londrina

DESENVOLVI­MENTO -

- (M.O.)

Londrina é referência nacional no tratamento de pacientes com paralisia cerebral. No mundo, doença atinge 17 milhões de pessoas, como Valentina, filha da administra­dora Michelle Berbert Santos.

A administra­dora Michelle Berbert Santos não acreditou quando o médico disse que a filha Valentina, na época com sete dias de vida, seria uma criança completame­nte prejudicad­a em termos de desenvolvi­mento. Valentina teve uma paralisia espástica com envolvimen­to global causada pela falta de oxigenação na hora do parto. “Digo que não acreditei porque não ficamos presos a esse diagnóstic­o. Com a notícia, fomos atrás de estimulá-la da melhor forma possível e o quanto antes”, conta.

Hoje com 5 anos e 10 meses, Valentina segue com a agenda de reabilitaç­ão, com fisioterap­ia, fonoaudiol­ogia, equoterapi­a e aplicação de toxina botulínica, além das visitas periódicas à clínica de espasticid­ade em Londrina. A família busca uma rotina o mais normal possível, de acordo com a mãe. Isso significa que a Valentina frequenta a escola regular, uma vez que suas limitações são motoras e não cognitivas.

“A maioria dessas crianças possuem problemas motores, mas a inteligênc­ia é preservada, ao contrário do que

muitos pensam”, comenta o neurocirur­gião Alexandre Canheu, ao destacar que os trabalhos de reabilitaç­ão têm como foco diminuir as sequelas, promovendo uma integração desses pacientes à sociedade ou uma melhor qualidade de vida.

O ortopedist­a Alessandro

Melanda comenta que no caso da Valentina há uma expectativ­a de estabelece­r uma forma de comunicaçã­o. “Pois falar é uma independên­cia e o expressar diminui a ansiedade. Já podemos contar com recursos de comunicaçã­o alternativ­a, através de aplicativo­s. O ideal é que as

expectativ­as da família e dos médicos sejam sempre muito parecidas”, diz.

Sabendo de toda adaptação da rotina e dos esforços de pais e cuidadores, Santos abraçou a Afel (Associação Famílias Especiais de Londrina) desde 2016, cujo objetivo é dar apoio aos familiares e

cuidadores de crianças e adolescent­es com deficiênci­a.

Ao todo, são cerca de 100 associados em Londrina e região que contam com atividades sociais, grupos terapêutic­os, acolhiment­o e auxílio em relação aos tratamento­s. “A gente precisa ter propósitos e ser feliz. A Valentina não

veio a mim à toa. Ela veio despertar também um desejo de fazer algo de bom para outros que precisam ainda mais de ajuda, de solidaried­ade”, afirma.

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Gina Mardones
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“O ideal é que as expectativ­as da família e dos médicos sejam sempre muito parecidas”, afirma o ortopedist­a Alessandro Melanda, com Michelle Berbert Santos e a filha Valentina

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