Mãe e filha venezuelanas contam a respeito dos horrores que viveram em seu país natal
Um dos objetivos da coluna Avenida Paraná é compartilhar testemunhos de pessoas inteligentes que, de outro modo, poderiam ficar restritos a grupos menores ainda do que o de meus sete leitores. Hoje publico aqui, com a devida autorização, o relato do médico Sérgio Bucharles, amigo e contemporâneo de universidade, hoje residente em Curitiba:
“Conheci pessoalmente agora duas venezuelanas, mãe e filha. Vieram para o Brasil com o pai. Entraram pela fronteira de nossos países, ao norte do Brasil. Pessoas com curso superior, com empregos regulares e uma vida que era, assim como a da maior parte de nossos conhecidos, normal.
Estavam desnutridas, desidratadas. Hoje se recuperaram, ao menos no que diz respeito à saúde física. Vieram para Curitiba há algumas semanas e foram se submeter a avaliação médica numa das unidades de saúde em que minha esposa trabalha. Contaram a respeito dos horrores que viveram em seu país natal. De tudo que nos chega através da mídia, elas contaram ser isso apenas a ponta do iceberg.
O país está completamente destruído. Ficamos tocados, minha esposa muito mais do que eu, confesso, já que ela foi a primeira testemunha do relato das imigrantes venezuelanas. Nós as estamos ajudando como podemos, oferecendo trabalho em casa. O povo brasileiro em linhas gerais é acolhedor e iremos bem receber a todos os que precisam de verdade.
Mas não, esse não é um relato intimista e nem de provocação a quem quer que seja. Só é possível mensurar o horror a que essas pessoas estão/estavam submetidas se estivéssemos por lá vivendo o que eles vivem. Mas é possível ter uma ideia. E, em razão disso, imaginar que tipo de gente governa hoje aquele país. O mesmo tipo que ainda tem a intenção de voltar a nos governar.
Posso afirmar que todo sentimento de revolta e de verdadeiro nojo que tenho por esse partido, e que foi multiplicado nos anos em que ele tentou destruir a minha profissão, não passa nem perto da aflição pela sensação de impotência que tenho quando me deparo com um cenário como esse, em que pessoas honestas e simples têm suas vidas devastadas por tiranos insensíveis e comprovadamente sádicos.
É por situações como essas que todos os brasileiros sem exceção deveriam dar as mãos e ter como único objetivo varrer para sempre esse partido e seus cúmplices da nossa história. Não para que sejam esquecidos, eles foram importantes. São a memória viva daquilo que jamais poderemos conceber de novo como forma de governo, como temática de vida.
Eles representam uma ideologia que transforma pessoas em cadáveres, promove angústia e sofrimento aonde chega, causa separações e destruição.
Eu e minha família fizemos nossas escolhas e no que depender de nós, eles não irão mais estar à frente de nenhum governo, nenhuma cadeira em Senado, Congresso ou Câmaras estaduais e municipais. E não terão sossego, não enquanto eu estiver em sã consciência das minhas ações e das minhas obrigações como brasileiro”.
O encontro de um médico com mãe e filha sobreviventes do pesadelo socialista venezuelano