Londrina está entre cidades promissoras para startups
Estudo da Confederação Nacional dos Municípios aponta que no Paraná a redução foi de 1.778 vagas
Lista divulgada pela Associação Brasileira de Startups coloca Londrina entre as cidades brasileiras fora de grandes centros que são promissoras para a abertura de negócios voltados à tecnologia. De acordo com o gerente da associação Marcos Medeiros, Londrina é a primeira a ser mapeada no Paraná por ter a “mais vibrante” comunidade de startups. Medeiros ressalta agenda de eventos constante, proximidade com o poder público e cases de sucesso encontrados na cidade
No ano em que completa seus 30 anos, o SUS (Sistema Único de Saúde), que prevê que a saúde deve ser integral, universal e igualitária, atinge uma nova marca negativa. Um estudo técnico da CNM (Confederação Nacional dos Municípios) aponta que a saúde pública brasileira perdeu 41 mil leitos hospitalares na última década, o que corresponde ao fechamento de 11 por dia. Diante dos fatos, as estatísticas são desanimadoras. Enquanto o Ministério da Saúde sugere que a taxa ideal de leitos é entre 2,5 e 3 para cada mil habitantes - a OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta que o correto seria entre 3 e 5 leitos para cada mil habitantes -, a média atual brasileira é de 2,1. No entanto, enquanto os leitos da rede pública têm apresentado redução, os da rede privada aumentaram em 18,3 mil unidades.
O mapeamento da CNM basicamente compilou dados do Datasus (Departamento de Dados do Sistema Único de Saúde), no portal do Ministério da Saúde e fontes da rede privada. “Os leitos públicos reduziram drasticamente, passaram de 344.573 para 303.185 na última década. Hoje, nenhuma região atinge a quantidade recomendada pelo Ministério da Saúde”, alertou o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
O Paraná, apesar de atingir uma marca acima da média nacional, com 2,4 leitos por mil habitantes - há dez anos a taxa era de 2,7 -, se mantém abaixo do considerado ideal. O Estado diminuiu em 8,47% (1.778) os leitos no período de 2008 a 2018, tanto na capital quanto no resto do território. Curitiba reduziu em 20,01% em dez anos, passando de 3.419 para 2.735. Já nos municípios do interior, essa redução foi menos acentuada, chegando a 6,23%, caindo de 17.573 para 16.479.
A Secretaria Estadual de Saúde explica através de nota que “a redução de leitos SUS se refere principalmente ao fechamento de leitos psiquiátricos, fruto da política nacional de saúde mental que privilegia o atendimento ambulatorial e não hospitalar”. “Também foram reduzidos os leitos de baixa complexidade, que não possuem equipes para se manter em funcionamento, e leitos pediátricos e obstétricos, que têm relação com a mudança do perfil populacional, com a diminuição do número de partos e, consequentemente, de nascimentos.” A administração estadual ainda ressalta que o número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cresceu entre 2013 e 2017, passando respectivamente de 1.427 para 1.770.
Para o promotor Paulo Tavares, da Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais de Londrina, a redução no número de leitos nos hospitais representa o retrato do tratamento dos governos com a saúde pública no Brasil. Para ele, o tema precisa ser revisto pelo próximo governo do novo presidente da República. “É preciso repensar essa política de teto de gastos. Decidir se realmente se pretende manter o sistema como está. Claro que precisamos melhorar a gestão, reduzir o desperdício, mas a falta de leitos é um problema grave”, criticou Tavares. O escasso investimento e a precariedade da Saúde Básica agravam ainda mais a situação de superlotação dos hospitais. “Em Londrina, em especial, há um deficit das verbas federais para a saúde que atinge o valor de R$ 4 milhões. Há ainda a falta de 900 servidores, sendo que 233 destas vagas deveriam ser destinadas a médicos”, pontuou o promotor, que até a metade do mês de outubro já havia entrado com 138 ações judiciais para questões de saúde, como para garantir cirurgias, internações e medicamentos.
CONCENTRAÇÃO NAS CAPITAIS
Os dados da pesquisa do CNM ainda apontam que há concentração de verbas e estabelecimentos de saúde nas grandes capitais do Brasil. Em 2015, as 26 capitais mais o Distrito Federal - que representam 0,49% do total de cidades do País - receberam do Ministério da Saúde 47% dos recursos destinados aos seis blocos de financiamento do SUS. Enquanto isso, os outros 5.543 municípios - ou 99,5% deles - receberam 53%, pouco mais da metade desses recursos.
Essa concentração se mostra também em relação aos recursos humanos na área da saúde, em especial dos profissionais médicos. Os municípios são onde é possível se encontrar os cuidados básicos e desta forma evitar que os casos cheguem aos hospitais. “É preciso que os gestores priorizem a Saúde Básica, cabe a ela evitar que os hospitais fiquem lotados. Seria possível resolver até 80% dos casos, sem a necessidade de um hospital. Em Londrina, por exemplo, temos dez equipes de apoio à família, enquanto no mínimo deveríamos ter 30. O foco precisa ser na prevenção”, apontou Tavares.