Descansar é possível
Parece que está cada vez mais distante a perspectiva de descanso da família Richa. Agora quem interveio nas pendências foi a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pedindo a cassação do habeas corpus do STF que beneficiou José Richa Filho, o Pepe. E isso acontece no momento em que o ex-deputado federal André Vargas, ex-vice-presidente da Câmara Federal, é beneficiado por livramento condicional.
André tinha três processos acumulados, mas não ganha de Richa e de sua turma pelo menos em número de incidentes que podem se transformar em procedimentos, dentre eles o fortíssimo da “Patrulha Rural” e outro em desdobramento da Lava Jato com relação à propina dos consórcios do pedágio, isso sem falar em operações investigatórias ainda em andamento como as decorrentes da “Publicano”, a dos chunchos dos fiscais da receita estadual, e dos desvios das construções escolares na “Quadro Negro”.
O pior para Richa foi o fracasso eleitoral, talvez em parte decorrente de sua prisão e constrangimentos sofridos, que o habilitaria a defender-se na condição de líder, um dos de maior densidade que o Paraná já teve. Sem mandato, carece daquela aura, que o destacava na fauna política e ainda aureolado pelos feitos decantados no marketing. Houve um momento em que os seus excorreligionários não queriam sequer sua aproximação com receio do contágio, tanto que a sua sucessora, Cida Borghetti, tentou impugná-lo como candidato senatorial.
E está enfrentando processos em uma época em que a desigualdade que protegia políticos está caindo e tanto que temos na cadeia um ex-presidente da República, um ex-governador como Sergio Cabral, um ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff, o Antonio Palocci, e sobretudo o ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha. É currículo para não botar defeito.
O fato é que ainda nesse ranking perdemos longe da Coreia do Sul, que assinalou, em dias recentes, o quarto mandatário encanado, o penúltimo uma mulher, expresidenta, por ter metido a mão no jarro.