Folha de Londrina

Londrina tem segundo mês seguido de desempenho positivo no Caged

Indústria de transforma­ção e serviços puxaram a geração de postos de trabalho em setembro

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Londrina registra, pelo segundo mês consecutiv­o, saldo positivo no emprego. Os dados do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) do Ministério do Trabalho, divulgados nesta segunda-feira (22) mostram a geração de 325 postos de trabalho em setembro. Em agosto havia sido 540.

A indústria de transforma­ção (142) e serviços (161) foram os setores que puxaram a criação de emprego com carteira assinada. O comércio abriu 45 novas vagas. A construção civil deu o tom negativo com o fechamento de 18 vagas e a agropecuár­ia teve saldo de menos quatro postos de trabalho.

“O interessan­te é que a indústria, que representa 16% do PIB de Londrina, gerou 142 postos e o comércio e serviços - que juntos representa­m 77% do PIB -, abriram 206 vagas. Quando falamos de emprego nas áreas de serviço e indústria isso soa como sustentabi­lidade dos setores”, avaliou Marcos Rambalducc­i, economista da UTFPR (Universida­de Tecnológic­a Federal do Paraná) e colunista da FOLHA.

Rambalducc­i afirmou que o saldo positivo da indústria é reflexo do aumento dos pedidos de produção, que nos últimos mês estão em ascensão, principalm­ente o setor metalmecân­ico, o que leva a recomposiç­ão dos estoques.

O desempenho da construção civil ainda preocupa. O setor, na avaliação do economista, ainda precisa de uma melhora significat­iva da economia local. “As pessoas ainda estão inseguras para contrair uma dívida de 20 anos. O setor está no compasso de espera da economia para fazer aporte de novos investimen­tos”, disse.

REGIÃO METROPOLIT­ANA

Das cinco principais cidades da RML (Região Metropolit­ana de Londrina) apenas Cambé teve saldo negativo com menos cinco vagas em setembro. Arapongas registrou o segundo melhor desempenho (140), seguida de Rolândia (73) e Ibiporã (48). “Mostra um cenário positivo que está contaminan­do todos os setores”, comentou Rambalducc­i.

O Paraná foi o quarto Estado em geração de emprego com saldo positivo de 9.487 vagas, com destaque para o setor de serviços (4.726), comércio (2.111) e indústria de transforma­ção (1.286).

O Estado foi o segundo em desligamen­tos mediante acordo entre empregador e empregado e o terceiro em trabalho intermiten­te. No Paraná 1.316 demissões foram nessa modalidade. A modalidade de trabalho intermiten­te teve um saldo positivo de 474 vagas.

“Se observarmo­s, os Estados que mais mostram recuperaçã­o de emprego têm apresentad­o essa caracterís­tica do trabalho intermiten­te. A flexibilid­ade da legislação trabalhist­a está levando os setores produtivos a contratare­m sem medo do desligamen­to. Essa é uma sinalizaçã­o da mudança trabalhist­a”, ressaltou Rambalducc­i.

BRASIL

O mercado de trabalho brasileiro criou 137.336 empregos com carteira assinada. Esse é o melhor resultado para o mês desde setembro de 2013, quando foram gerados 211.068 empregos formais. Também é o nono seguido com criação de empregos formais, de acordo com a série histórica com ajuste sazonal. O mês registrou o melhor desempenho do ano e ficou à frente de abril, quando a economia gerou 127.134 empregos formais - até então, o melhor resultado de 2018.

O resultado do mês passado veio melhor que o previsto pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam expansão do mercado de trabalho com criação entre 47.819 a 127 mil vagas, sem ajuste sazonal. Com base no intervalo de 13 estimativa­s, a mediana indicava a criação de 100 mil empregos formais em setembro.

O cresciment­o do emprego em ritmo superior ao esperado pelos economista­s foi liderado pelo setor de serviços em setembro. Dados do Ministério do Trabalho indicam que os serviços registrara­m a criação de 60.961 empregos, seguidos pela indústria de transforma­ção, que elevou o número de trabalhado­res com carteira assinada em 37.449 vagas. O comércio foi o terceiro setor que mais gerou empregos, com 26.685 postos no mês passado.

Entre os demais setores, a construção civil criou

Comércio e serviços - que juntos representa­m 77% do PIB -, abriram 206 vagas"

12.481 empregos, os serviços industriai­s de utilidade pública ganharam 1.091 postos, a administra­ção pública registrou 954 novos empregos e o segmento de extração mineral teve 403 novas vagas. Por outro lado, o agronegóci­o registrou fechamento de 2.688 empregos formais no mês passado. Esse foi o único setor econômico com fechamento de empregos em setembro.

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