Folha de Londrina

Prevenção contra Aedes após a chuva

Saúde alerta população sobre cuidados para evitar proliferaç­ão do mosquito transmisso­r da dengue

- Vítor Ogawa

Achuvarada da semana passada que atingiu Londrina e região causou muitos estragos, como a queda de árvores, rompimento de cabos de energia e problemas no abastecime­nto de água. Além disso, trouxe risco à saúde pública, por causa da quantidade de criadouros do mosquito Aedes aegypti que se formam em lixo e outros recipiente­s em que a água se acumulou. A coordenado­ra do setor de Endemias da secretaria de Saúde de Londrina, Diana Martins, orienta as pessoas a recolherem o material que foi levado para a frente das casas das pessoas pelo vendaval para dar a destinação adequada. “A pessoa deve coletar tudo o que possa acumular água e dar a destinação correta. O que der para ser reaproveit­ado pode ser colocado em um saco para a equipe de reciclagem recolher. O que não der, como folhagens, deve ser posto no saco de lixo orgânico ou de rejeito. A limpeza pública é obrigação do poder público, mas a população tem que fazer a sua parte. Se está na frente do portão de casa, tem que contribuir também e recolher o material”, declarou.

“Desde o fim de setembro começamos a ter um aumento de notificaçõ­es (de casos de dengue). O mosquito está voando e vai ficar procurando local para pôr os ovos. E vai encontrar. Às vezes o quintal é grande e é preciso um cuidado maior, mas mesmo em quintais pequenos há lugares que passam despercebi­dos, como um ralo ou mesmo a vasilha de água do cachorro, que deve ser lavada com bucha, porque os ovos do mosquito ficam colados na superfície dela”, orientou Martins. Outros locais em que as pessoas não costumam olhar são as calhas e também as folhas de árvores do tipo coqueiro.

Para reduzir o risco de epidemia de dengue, é necessário que a população se conscienti­ze e mantenha os cui- dados básicos com suas casas e quintais. Em cerca de 10 minutos por dia é possível verificar os principais pontos que podem acumular água parada em casa, como vasos e potes de flores e plantas, baldes, pneus e latas com água parada, calhas, bandejas de ar condiciona­do, reservatór­ios de geladeiras, lonas e piscinas. A população pode obter um checklist, que a Saúde disponibil­iza pelo link goo.gl/kGfzaR. “O checklist deve ser realizado de duas ou três vezes por semana”, orientou Martins.

A empregada doméstica Vilma dos Santos Pereira Rocha trabalha no jardim dos Bancários (zona oeste) e garante que inspeciona os quintais tanto de sua casa, como da residência em que trabalha. “Tiro a água do vaso, re- colho tampinhas e copos plásticos do quintal e tudo o que pode juntar água. Jogo água sanitária no ralo para não formar criadouros.”

O professor de artes marciais Jeferson Soares Gonçalves havia chegado de viagem esse fim de semana quando a equipe de Endemias passou pela sua casa. “Eu sempre deixo a casa limpa. Eu já tinha acertado para que uma pessoa cuidasse do jardim. Retiro os pratos dos vasos que acumulam água ou coloco areia neles. Também limpo e cuido da calçada e dos cantos da casa. Tenho uma fonte d’água e deixamos ela sempre limpa, aplicando água sanitária. Se cada um fizer a sua parte, a culpa não recai sobre os demais. A responsabi­lidade não é só do serviço público ou das autarquias, mas dos moradores também”, afirmou.

De acordo com a educadora em Endemias da Saúde, Lucimara Vasconcelo­s, os ovos do mosquito podem sobreviver até 450 dias em locais secos e eclodir assim que recebem alguma umidade. “Muita gente fala que não precisa se preocupar nesta época do ano, porque ainda não está tão quente, mas a chuva traz a umidade e os ovos ficam aguardando a primeira oportunida­de para eclodir. Claro que isso piora quando a temperatur­a aumenta, resultando em uma proliferaç­ão maior do Aedes aegypti”, declarou.

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Saulo Ohara Chuva favorece concentraç­ão de água parada, que pode se tornar criadouro para o mosquito Aedes aegypti

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