Folha de Londrina

No último programa eleitoral, Bolsonaro pede união e Haddad prega esperança

- Agência Brasil

No último dia do horário eleitoral gratuito, as campanhas dos presidenci­áveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) adotaram estratégia semelhante. Ambos os programas começaram desconstru­indo o adversário na boca de locutores. Em seguida, anunciaram o início da propaganda dos candidatos, que só então se dirigem ao eleitorado. Bolsonaro apelou para a união dos aliados. Haddad pregou a esperança.

O programa de Bolsonaro vinculou o PT à violência e ao desemprego, afirmando que ambos são resultados da corrupção e citou trechos das delações da Operação Lava Jato que envolvem o partido. “A corrupção é uma praga que tira comida da mesa dos brasileiro­s, deixa pessoas nas filas da saúde e tira crianças da escola”, disse o locutor.

Em seguida, afirmou que o PT foi responsáve­l pelos dois maiores escândalos de corrupção no país nos últimos tempos: o mensalão, denunciado em 2005 pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), e o petrolão, investigad­o pela Operação Lava Jato. Segundo o PSL, R$ 47 bilhões foram desviados dos cofres públicos.

No programa eleitoral, o PSL atacou a chapa adversária dizendo que o PT e seus aliados mentem. Chamou Fernando Haddad de fantoche, destacando que ele foi a Curitiba “pedir a bênção do presidiári­o”, referindo-se ao expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva. Em seguida afirmou que Haddad foi o pior prefeito do país, não conseguiu se reeleger e responde a processos.

HADDAD

O PT abriu o programa de rádio lembrando que Bolsonaro fugiu a mais um debate com Haddad. Nesta sexta-feira (26) ocorreria o debate da TV Globo, cancelado porque somente o petista confirmou presença. “Ele se esconde para não ter que assumir as suas ideias doentias e desequilib­radas”, afirmou a locutora do programa.

No horário eleitoral, o PT destacou que o candidato do PSL desrespeit­a os pobres. O programa veiculou uma gravação atribuída a Bolsonaro, na qual ele diz que o pobre só serve para votar, “com o título de eleitor na mão e o diploma de burro no bolso”. O programa lembrou que Bolsonaro, na Câmara, votou a favor de propostas que prejudicam os trabalhado­res.

Para o PT, “Bolsonaro é a velha política, aquela que você tanto quer mudar”. Na sequência foi veiculada uma entrevista do adversário de Haddad, na qual ele afirmou que usa o “auxílio moradia para comer gente”.

O programa de Haddad insistiu que seu adversário defende a ditadura e a tortura, além de disseminar ódio e violência. O PT colocou no ar a fala de Bolsonaro em que ele prega a morte e a expulsão dos adversário­s do país: “vamos fuzilar a petralhada”.

Haddad afirmou que o brasileiro quer um presidente que defenda as riquezas do Brasil e o emprego, garanta segurança e paz e crie oportunida­des de ensino para todos. “Você sabe que há pouco tempo tivemos um governo assim. Esse tempo bom está no coração e na memória dos brasileiro­s”, afirmou Haddad.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil