Folha de Londrina

Juros do rotativo do cartão de crédito sobem para 278,7% ao ano

- Andreia Verdélio Agência Brasil

Brasília - Os consumidor­es que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram juros mais caros em setembro. A taxa média do rotativo subiu 4,7 pontos percentuai­s em relação a agosto, chegando a 278,7% ao ano. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central. A taxa média é formada com base nos dados de consumidor­es adimplente­s e inadimplen­tes.

No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 259,9% ao ano em setembro, com aumento de 9,6 pontos percentual em relação a agosto. Já a taxa cobrada dos consumidor­es que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) subiu 0,9 pontos percentuai­s, indo para 292,2% ao ano.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituiçõ­es financeira­s parcelam a dívida.

Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplen­tes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma taxa de juros dos consumidor­es regulares. Essa regra entrou em vigor em junho deste ano. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplente­s e inadimplen­tes não será igual porque os bancos podem acrescenta­r à cobrança os juros pelo atraso e multa.

De acordo com o chefe adjunto do Departamen­to de Estatístic­as do BC, Renato Baldini, a taxa de rotativo do cartão tem oscilado em níveis mais baixos desde abril, em consequênc­ia da medida do CMN. Com isso, segundo ele, houve uma redução importante da taxa de juros para os inadimplen­tes e a migração das operações do rotativo para o crédito parcelado. “Isso é positivo para a redução de juros de pessoas físicas”, disse.

Enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 278,7% ao ano, o parcelamen­to das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de 152,4% ao ano em setembro.

CHEQUE ESPECIAL

Já a taxa de juros do cheque especial caiu 1,8% em setembro, comparada a agosto, e está em 301,4% ao ano. Assim continua a ser a menor taxa desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.

As regras do cheque especial mudaram em julho. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) os clientes que utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutiv­os passaram a receber a oferta de um parcelamen­to, com taxa de juros menores que a do cheque especial definida pela instituiçã­o financeira.

As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais caras entre as modalidade­s oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa: 122,2% ao ano em setembro, mesmo com o aumento de 0,8 ponto percentual em relação a agosto. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) recuou 0,1 ponto percentual, indo para 24,4% ao ano em setembro.

A taxa média de juros para as famílias aumentou 0,4 ponto percentual em setembro para 52,2% ao ano. A taxa média das empresas se manteve em 20,4% ao ano.

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