Folha de Londrina

Temporada da F-1 vira ‘passeio’ de Hamilton

- Julianne Cerasoli

Cidade do México

-De um lado, uma equipe imbatível nos últimos quatro anos, com a melhor estrutura da Fórmula 1 e um piloto atravessan­do a melhor fase da carreira. De outro, um time em franca ascensão, um carro sem pontos fracos e um tetracampe­ão mundial como líder. A temporada de 2018 da F-1 tinha tudo para ser extremamen­te disputada até o final - e estava sendo, pelo menos até a 13ª das 21 etapas, disputada na Bélgica no fim de agosto. Dois meses depois, o que era equilíbrio virou um passeio e o campeonato se encaminha para coroar Lewis Hamilton com duas provas para o fim, neste domingo (28), no México.

Após o GP da Bélgica, Hamilton tinha 231 pontos, contra 214 de Sebastian Vettel. A vantagem de equipament­o, no entanto, era do alemão, em um momento em que a Ferrari tinha conseguido um salto consideráv­el de potência do motor e vinha trazendo novidades que melhoravam o carro a cada etapa. Era considerad­o uma questão de tempo, portanto, até que Vettel virasse o jogo.

Mas veio o GP da Itália, com a Ferrari favorita, e Vettel tocou em Hamilton, levou a pior e abriu o caminho para a vitória do inglês. Não foi a primeira vez (nem a última) na temporada que o alemão exagerou na agressivid­ade. Mas a vantagem ferrarista mantinha as esperanças de uma virada.

Até que, na etapa seguinte, em Singapura, a FIA (Federação Internacio­nal de Automobili­smo) apertou o cerco em relação ao motor da Ferrari, instalando um segundo sensor para controlar o fluxo de energia das baterias. Isso era uma reivindica­ção antiga da Mercedes, que desconfiav­a da legalidade do sistema de baterias gêmeas ferrarista. Ao mesmo tempo, o time de Hamilton passou a usar uma roda com desenho que evitava o superaquec­imento dos pneus, um dos grandes problemas do carro ao longo do ano, e melhorava seu rendimento.

Na Rússia, a vantagem da nova roda e a súbita falta de potência do motor Ferrari após a instalação do sensor ficaram claras, e brigar com Hamilton passou a ser muito difícil para Vettel. Dali em diante, o alemão já não conseguiu andar no mesmo nível do rival, sua equipe perdeu rendimento e também cometeu erros de estratégia. Para completar, uma briga interna por poder entre o chefe Maurizio Arrivabene e o diretor técnico, Andrea Binotto, atrapalhou o foco.

Neste final de semana, no México, Vettel já não depende mais de seus resultados para manter a luta pelo campeonato viva, uma vez que Lewis Hamilton sagra-se campeão caso marque mais que cinco pontos. A corrida terá largada no domingo às 16h10 (de Brasília).

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Clive Mason/Getty Images/AFP Queda da Ferrari ajudou britânico, que pode ser pentacampe­ão neste domingo

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